O caso de violência contra uma criança de 10 anos com deficiência, cometido por uma técnica de enfermagem, gerou grande repercussão no Distrito Federal.
A Polícia Civil instaurou um inquérito para investigar um profissional, que trabalhava como cuidador da vítima, e que teria agredido a menina diversas vezes, culminando na fratura de seu braço. As agressões foram registradas por câmeras de segurança instaladas pela família, que já suspeitava dos hematomas recorrentes no corpo da criança.
O que aconteceu?
Uma vítima, uma menina autista com síndrome de Moebius, necessita de cuidados constantes, pois não consegue andar nem falar. Desde o nascimento, ela recebe assistência de cuidadoras, mas recentemente sua mãe começou a notar sinais de agressão. Ao instalar câmeras de segurança no quarto da filha, a família flagrou cenas de violência cometidas pela técnica de enfermagem responsável pelos cuidados da menina.
Nos vídeos, a cuidadora aparece puxando a perna da criança de forma agressiva, desferindo golpes contra ela e até mesmo cobrindo seu rosto com um pano. Em outra gravação, a técnica parece puxar a orelha da menina e colocar algo dentro de sua boca, possivelmente gases hospitalares. As agressões aconteceram nos dias 20 e 21 deste mês, sendo denunciadas à polícia no dia 22, quando uma fratura no braço da criança foi descoberta por um médico.
Investigação e consequências
O caso está sendo apurado pela 12ª Delegacia de Polícia de Taguatinga, onde foi registrado como lesão corporal. Uma técnica de enfermagem, que trabalhava por meio de uma empresa terceirizada de atendimento domiciliar, prestava assistência à menina há seis meses. Outros quatro profissionais também cuidaram da vítima, mas, segundo as investigações, não há acusações de que tenham cometido qualquer tipo de agressão.
Após a denúncia, a suspeita pediu missão do trabalho e não foi mais localizada. A mãe da vítima relatou que a técnica bloqueou seu contato no WhatsApp e desapareceu. Até o momento, ela não foi detida, e sua identidade não foi divulgada.
O Conselho Regional de Enfermagem do Distrito Federal (Coren-DF) informou que abriu uma investigação sigilosa sobre o caso. A entidade reforçou seu compromisso com a ética e afirmou que, caso seja comprovada a infração, tomará as medidas cabíveis. A técnica tem registro ativo desde junho de 2024.
Agravantes do caso
Este caso se torna ainda mais grave devido à condição da vítima, que, por sua deficiência, não pode se defender ou denunciar as agressões. Além disso, a violência teria ocorrido dentro de sua própria casa, um ambiente onde ela deveria estar protegida e segura.
A confiança depositada no profissional de saúde foi completamente prejudicada, evidenciando a vulnerabilidade de crianças com deficiência sob os cuidados de terceiros.
O episódio levanta questionamentos sobre a fiscalização de profissionais que atuam em domicílio, especialmente aqueles que lidam com pacientes vulneráveis. As empresas de atendimento domiciliar devem realizar processos rigorosos de seleção e acompanhamento de seus funcionários para evitar casos de violência. Além disso, é fundamental que os familiares estejam atentos a qualquer sinal de maus-tratos e denunciem sempre que houver suspeita.
A proteção para crimes desse tipo deve ser severa para que casos semelhantes não se repitam. A Justiça agora tem a responsabilidade de apurar os fatos e garantir que a vítima e sua família recebam o amparo necessário.
É essencial que a técnica de enfermagem suspeita seja localizada e responsabilizada por seus atos, garantindo justiça à vítima e sua família.