A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu a venda, fabricação e divulgação do suplemento alimentar Insupril, que era promovido como tratamento e até cura para diabetes.
A decisão, publicada na última sexta-feira (20/12), também determinou o recolhimento do produto. O Insupril estava sendo comercializado sem registro na Anvisa e fazia promessas consideradas enganosas e perigosas para a saúde pública.
A alegação de que o suplemento poderia “tratar e controlar glicose alta, desintoxicar o pâncreas e curar diabetes” motivou a ação da Anvisa, uma vez que suplementos alimentares não podem ser anunciados como medicamentos ou soluções terapêuticas. Segundo a agência, o Insupril violava normas ao divulgar benefícios terapêuticos não permitidos para alimentos.
Suplemento faz promessas falsas e riscos à saúde
Em vídeos que circularam nas redes sociais, o Insupril era apresentado como uma solução natural e definitiva para o diabetes, doença que afeta cerca de 20 milhões de brasileiros. O material publicitário, com alegações sem respaldo científico, chegou a sugerir que os pacientes substituíssem medicamentos convencionais, como a metformina, pelo suplemento.
Um agravante é que os anúncios usavam depoimentos falsos de indivíduos se passando por médicos, o que aumentava a credibilidade das promessas. Especialistas alertam que abandonar medicamentos prescritos pode levar a complicações graves, como danos irreversíveis aos órgãos.
Diabetes não tem cura
O diabetes é uma doença crônica causada pela falta ou insuficiência de insulina, hormônio produzido no pâncreas responsável pelo controle do açúcar no sangue. A condição é classificada em dois tipos principais:
- Tipo 1: O sistema imunológico ataca as células produtoras de insulina, necessitando de tratamento com aplicação de insulina.
- Tipo 2: Associado à obesidade e envelhecimento, caracteriza-se pela resistência à insulina e deficiência parcial na sua produção.
Não há cura para a doença, apenas controle por meio de medicamentos, insulina, dieta e exercícios físicos.
Venda irregular continua
Apesar da proibição, o Insupril ainda pode ser encontrado à venda em marketplaces e no site oficial do produto, que continua ativo. A Anvisa orienta os consumidores a não adquirirem o suplemento e denunciarem práticas enganosas.
A decisão reforça a necessidade de cuidados na escolha de produtos para a saúde. A Anvisa destaca que medicamentos e suplementos só devem ser usados com recomendação de profissionais habilitados e em conformidade com as regulamentações.