Uma carga de farelo de soja avaliada em R$ 6 milhões foi recusada no Porto de Paranaguá, no Paraná, após inspeções identificarem a presença de areia no produto.
O lote, pertencente à empresa Queiroz Agro, foi rejeitado pelas autoridades responsáveis pela fiscalização de qualidade e acabou sendo descartado em um aterro sanitário da região.
O caso, ocorrido em janeiro deste ano, veio à tona após imagens do descarte circularem nas redes sociais, gerando ampla repercussão.
Soja ‘fake’ com areia foi cancelada em Porto
A rejeição da de soja carga aconteceu após uma auditoria conduzida pelo Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR) em 22 de janeiro.
Durante a inspeção, os fiscais constataram que o farelo de soja não atendia aos padrões exigidos pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) para exportação.
Diante dessa não conformidade, foi determinada a destinação do material para descarte no Complexo Industrial Eco Tecnológico (CIETec), localizado no Distrito de Alexandra, no município de Paranaguá.
A operação de descarte da carga de soja mobilizou um total de 34 caminhões. Até o dia 29 de janeiro, pelo menos 11 veículos já haviam completado a descarga no aterro sanitário.
Além das consequências para a empresa, o episódio também impactou os caminhoneiros envolvidos no transporte, que tiveram que permanecer no Porto de Paranaguá por mais tempo que o planejado, enfrentando dificuldades logísticas e prejuízos financeiros.
Empresa contesta decisão e libera nota oficial
A Queiroz Agro, especializada no comércio de grãos, fertilizantes e adubos, se manifestou sobre o ocorrido, negando que sua carga estivesse fora dos padrões de qualidade.
Em nota oficial, a empresa alegou que o farelo de soja enviado ao porto atendia às exigências estabelecidas pelo regulamento técnico Anec 71, que prevê tolerâncias específicas para areia e sílica no produto.
A companhia também destacou que os veículos utilizados no transporte do farelo possuem rastreadores, o que, segundo a empresa, impediria qualquer adulteração ao longo do trajeto.
A Queiroz Agro reforçou seu compromisso com boas práticas comerciais e informou que está adotando medidas para esclarecer os fatos junto às autoridades competentes.
Veja abaixo a nota oficial da empresa:
“Diante das inúmeras notícias veiculadas em diversos meios de comunicação, em relação às cargas de farelo que foram rejeitadas pelo Porto de Paranaguá, afirmamos que são totalmente infundadas.
Informamos que a QUEIROZ AGRO preza pela transparência, ética e respeito com seus clientes, parceiros, fornecedores e colaboradores, dessa forma esclarecemos que o nosso produto segue o padrão de qualidade estabelecido pelo regulamento da ANEC 71 para os produtos agrícolas destinados à exportação e possuidor da certificação GMP+.
Por oportuno, declaramos que não compactuamos e condenamos qualquer tipo de prática ilícita e estamos diligenciando todas as providências necessárias para esclarecer o ocorrido junto às entidades responsáveis.”