Um novo estudo científico acendeu o alerta sobre os efeitos do álcool no cérebro, mesmo entre pessoas jovens e aparentemente saudáveis.
Pesquisadores da Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, descobriram que o consumo leve a moderado de bebidas alcoólicas pode antecipar o envelhecimento cerebral, comprometendo funções cognitivas importantes.
A pesquisa, publicada na revista Alcohol: Clinical & Experimental Research, é a primeira a usar inteligência artificial para fazer essa correlação, levantando novas preocupações sobre o impacto da bebida em longo prazo.
Seu cérebro pode ficar velho mais cedo ao consumir álcool
O trabalho envolveu 58 voluntários com idades entre 22 e 40 anos, todos consumidores ocasionais ou regulares de álcool, mas sem histórico de abuso grave.
Cada participante passou por testes que avaliavam a flexibilidade cognitiva — ou seja, a capacidade de adaptar pensamentos e comportamentos a novas situações — além de exames de ressonância magnética.
A análise dos dados foi feita com apoio de um sistema de inteligência artificial que estimava a “idade cerebral” com base no desempenho nos testes, histórico de consumo e imagens cerebrais.
Os resultados foram claros: quanto mais frequente e intenso o consumo de álcool, maior a diferença entre a idade cronológica e a idade cerebral estimada.
Isso indica que o cérebro de quem consome bebida alcoólica com regularidade pode parecer biologicamente mais velho do que o de quem não bebe.
Em termos práticos, esse envelhecimento precoce pode afetar a memória, a concentração, a tomada de decisões e outras funções mentais essenciais para o dia a dia.
A Organização Mundial da Saúde já havia alertado que não existe uma dose segura de álcool. Mesmo quantidades pequenas podem ter efeitos negativos, que variam conforme a sensibilidade individual e outros fatores, como frequência e genética.
Especialistas também destacam que o início precoce no consumo aumenta o risco de dependência e danos duradouros ao sistema nervoso central.
Além de evitar álcool, outras dicas para a boa saúde do cérebro
Para proteger o cérebro, a recomendação de neurologistas é clara: evitar o consumo de álcool é uma das medidas mais eficazes.
Além disso, manter hábitos saudáveis, como alimentação balanceada, prática regular de exercícios físicos, sono de qualidade e estímulo constante à atividade mental — como leitura, jogos de lógica e aprendizado contínuo — são fundamentais para preservar a saúde cerebral e retardar o envelhecimento cognitivo.