Por muito tempo, repousar foi a recomendação padrão para quem sofria com artrite ou outras doenças reumáticas, numa tentativa de evitar o agravamento da dor no corpo. No entanto, essa abordagem vem sendo revista. Estudos mais recentes mostram que o movimento controlado do corpo, longe de ser prejudicial, é essencial no tratamento. Atualmente, o exercício físico orientado é parte fundamental no cuidado com essas condições.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia, entre 12 e 15 milhões de brasileiros convivem com algum tipo de doença reumática. Já a Organização Mundial da Saúde orienta que pacientes com doenças crônicas pratiquem pelo menos 150 minutos semanais de atividade física moderada, adaptada à sua situação clínica.
Como tratar o corpo enferrujado
Nem toda atividade física é apropriada para quem convive com doenças reumáticas. Exercícios de alto impacto, como corrida, futebol e tênis, podem intensificar o desgaste nas articulações e agravar os sintomas no corpo. Em contrapartida, práticas de baixo impacto são mais seguras e eficazes para aliviar dores, melhorar a mobilidade e preservar a função articular. Confira algumas das mais indicadas:
- Natação e hidroginástica: o ambiente aquático alivia a pressão sobre as articulações, permitindo movimentos suaves e sem impacto.
- Caminhada leve: estimula a circulação sanguínea, melhora o humor e contribui para a flexibilidade, com risco mínimo.
- Alongamentos diários: ajudam a manter a amplitude dos movimentos e evitam a rigidez, especialmente ao acordar.
- Bicicleta ergométrica e elíptico: promovem exercícios cardiovasculares com impacto reduzido, ideais para quem tem restrições articulares.
- Tai chi chuan: combina equilíbrio, respiração e movimentos lentos, sendo especialmente benéfico para idosos.
- Pilates: fortalece a musculatura profunda, melhora a postura e favorece a lubrificação articular.
- Musculação leve supervisionada: quando bem orientada, ajuda a reforçar os músculos que estabilizam as articulações, sem sobrecarregá-las.
Cuidados adicionais
Embora não repare os danos nas articulações, o exercício melhora sua função, aliviando a dor e preservando a mobilidade do corpo. Deve ser iniciado com cautela, especialmente em fases de inflamação intensa, quando o repouso e o tratamento medicamentoso são prioritários.
A retomada precisa ser gradual, evitando excessos após sinais de melhora. Com o tempo, a atividade física deixa de ser coadjuvante e torna-se essencial para manter a autonomia, reduzir desconfortos e recuperar qualidade de vida.