O TikTok e outras redes sociais ajudaram a popularizar os movimentos de “low buy” (comprar menos) e “no buy” (não comprar), com usuários compartilhando suas jornadas de consumo reduzido ou assumindo o compromisso de não realizar compras ao longo de 2025.
Essa tendência surge como uma resposta a preocupações financeiras, ambientais e ao desgaste causado pela vida digital. Apesar das redes sociais serem um ambiente dominado por influenciadores e marcas que impulsionam o consumo, cada vez mais pessoas estão abraçando esse movimento como uma maneira de repensar seus hábitos de compra.
Movimento “comprar menos”
Inicialmente surgido fora do Brasil, o movimento ganhou força no país durante a virada do ano, especialmente com as metas de ano novo. Seu princípio fundamental é adotar um consumo mais consciente, dando prioridade ao essencial e evitando compras impulsivas.
Especialistas em finanças, como Jeff Patzlaff, destacam que o consumo impulsivo é frequente, especialmente no Brasil, onde as emoções influenciam fortemente as decisões financeiras. Segundo ele, adotar uma abordagem mais racional nas compras e priorizar as necessidades reais é crucial para evitar gastos excessivos, garantindo que o dinheiro seja investido no que realmente faz diferença.
Para a especialista em tendências Iza Dezon, o movimento low buy integra uma corrente maior contra o “capitalismo selvagem”, promovendo um consumo mais consciente e priorizando experiências em vez de bens materiais. Ela observa que a tendência também é uma reação à saturação de informações e estímulos constantes nas redes sociais, que estimulam o consumo incessante.
Benefícios para a saúde mental
A psicóloga Larissa Fonseca destaca que a redução do consumo pode trazer benefícios emocionais, como a diminuição da ansiedade e um melhor controle das decisões financeiras. Esse estilo de vida pode reforçar a identidade pessoal e diminuir a necessidade de validação social por meio de bens materiais. O movimento “low buy” vai além da simples economia, promovendo uma mudança de mentalidade sobre o consumo, com ênfase em escolhas mais conscientes e uma vida de maior qualidade.
Especialistas recomendam que quem deseja adotar o estilo de vida low buy comece estabelecendo um orçamento mensal para gastos não essenciais, reveja suas prioridades e procure maneiras de evitar compras por impulso. Dessa forma, é possível redirecionar o dinheiro para metas mais significativas, como investimentos ou experiências que agreguem valor à vida.