Desde março de 2025, trabalhadores com carteira assinada contam com uma nova opção de crédito direto e acessível. A Caixa lançou o Crédito do Trabalhador, linha de crédito consignado para empregados CLT, com limite de até R$ 3 mil, mesmo para quem está com o nome negativado.
A medida surge em meio a um cenário de alta inadimplência. Em 2024, mais de 72 milhões de brasileiros estavam com restrições no nome. A proposta é oferecer crédito com juros baixos, contratação online e menos burocracia.
O empréstimo é feito via aplicativo da Carteira de Trabalho Digital, com integração ao FGTS Digital e ao sistema eSocial. O processo é rápido e direto no celular.
Como funciona o processo
Basta baixar o app da Carteira de Trabalho Digital. Por ele, o trabalhador pode simular propostas, autorizar o envio de dados às instituições financeiras e receber ofertas em até 24 horas. A contratação pode ser feita pelo aplicativo ou até pelo WhatsApp.
O pagamento das parcelas é feito direto na folha salarial, via eSocial. Com isso, os bancos reduzem os riscos, e os juros variam entre 1,6% e 3,17% ao mês — menores do que os do cartão de crédito.
Garantia com FGTS
O programa usa até 10% do saldo do FGTS como garantia, além de 100% da multa rescisória. O valor liberado pode chegar a R$ 3 mil por trabalhador, respeitando o limite de até 35% da renda mensal. O crédito está liberado para 47 milhões de trabalhadores formais, inclusive empregados domésticos, rurais e vinculados a MEIs.
Linha do tempo do programa
- 12 de março: assinatura da MP nº 1292/2025
- 21 de março: início pelo aplicativo da Carteira de Trabalho Digital
- 25 de abril: liberação da contratação também pelos sites e apps dos bancos
- Junho: previsão de regulamentação definitiva do uso do FGTS e início da portabilidade
Resultados e atenção necessária
Até abril, foram mais de 64 milhões de simulações feitas e 48 mil contratos fechados. A expectativa é movimentar R$ 120 bilhões nos próximos quatro anos, com adesão de 19 milhões de trabalhadores.
Apesar das vantagens, especialistas alertam: o uso do FGTS como garantia precisa ser avaliado com cautela. Em caso de demissão, os valores podem não estar mais disponíveis para saque, como na compra de imóvel.
Outro ponto de atenção é a ausência de teto para os juros. Por isso, o trabalhador deve comparar as ofertas com cuidado antes de assinar. A educação financeira será essencial para que o novo crédito ajude, de fato, a reduzir o superendividamento.