Desde sua criação em 2019, o saque-aniversário do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) tem conquistado cada vez mais adesão entre os trabalhadores. A modalidade permite a retirada de parte do saldo do fundo anualmente, no mês de nascimento do titular. Com a reformulação que entrou em vigor em fevereiro de 2025, a proposta ficou ainda mais atrativa.
A principal novidade é que, agora, quem adere ao saque-aniversário também poderá retirar o saldo total do FGTS em caso de demissão sem justa causa, algo que antes era exclusivo do chamado saque-rescisão. A mudança representa um avanço importante, especialmente em tempos de incerteza econômica, ao ampliar o acesso do trabalhador aos próprios recursos.
Mais liberdade, mas também mais riscos
Antes da alteração, ao optar pelo saque-aniversário, o trabalhador perdia o direito de resgatar o saldo integral do fundo em caso de desligamento, mantendo apenas o acesso à multa de 40% paga pelo empregador. Essa limitação fazia com que muitos pensassem duas vezes antes de aderir à modalidade. Agora, com a liberação do valor total e a manutenção da multa, o governo espera uma alta nas adesões.
O processo de adesão é simples e pode ser feito diretamente pelo aplicativo do FGTS ou pelo site da Caixa Econômica Federal. O valor liberado fica disponível no primeiro dia útil do mês de aniversário e pode ser sacado até o fim do segundo mês subsequente. O cálculo segue uma tabela progressiva, que considera o saldo acumulado nas contas vinculadas ao fundo.
Porém, apesar da maior flexibilidade, especialistas alertam para um ponto crítico: a antecipação dos saques. Muitos trabalhadores estão utilizando essa modalidade como linha de crédito, antecipando até cinco parcelas do saque-aniversário por meio de empréstimos bancários. A prática pode parecer vantajosa no curto prazo, mas compromete seriamente a segurança financeira em caso de desemprego ou urgência.
O alerta sobre as antecipações
A possibilidade de antecipar valores do FGTS junto a instituições financeiras virou uma saída rápida para quem precisa de dinheiro, mas traz riscos importantes. Ao comprometer os próximos saques, o trabalhador pode se deparar com saldo insuficiente em um momento delicado, como o desemprego.
Com isso, o Ministério da Fazenda já discute a limitação da quantidade de parcelas que podem ser antecipadas. A ideia é preservar o fundo, que tem papel fundamental em programas sociais, como o Minha Casa, Minha Vida. O esvaziamento do FGTS comprometeria essas iniciativas, que dependem da solidez do fundo para funcionar.