A questão das mudanças climáticas e suas consequências para as cidades costeiras ganhou atenção global nas últimas décadas. Um estudo alarmante realizado pela organização não-governamental norte-americana Climate Central, em parceria com dados do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), aponta para uma ameaça iminente para o litoral de São Paulo.
De acordo com as projeções, em apenas 25 anos, as áreas urbanas do litoral paulista, incluindo a cidade de Santos, podem ser submersas, caso o aumento da temperatura global alcance 4ºC, como indicam as indicações mais pessimistas.
O que está em jogo
O estudo da Central do Clima e suas projeções para o aumento do nível do mar nos próximos anos não são meras especulações, mas sim um alerta sério e fundamentado. A organização utiliza dados detalhados do IPCC e simula os possíveis cenários de inundação para várias regiões costeiras, incluindo o litoral de São Paulo.
Em um dos cenários mais preocupantes, se as emissões de gases de efeito estufa continuarem sem controle, as zonas urbanas de cidades como Santos podem ser invadidas pelo mar em um futuro muito próximo.
Esse comunicado será o resultado do derretimento das geleiras, do aumento da poluição atmosférica e da elevação do nível dos oceanos, que estão diretamente relacionados à melhoria das mudanças climáticas. Se o aumento da temperatura global atingir 4ºC até 2050, o litoral paulista poderá se tornar inabitável para milhões de pessoas que vivem ao longo da costa.
Consequências para São Paulo e Santos
A cidade de Santos, um dos maiores centros urbanos e portuários do Brasil, está entre as mais ameaçadas pela elevação do nível do mar. As imagens projetadas pela Climate Central ilustram de que váreas da cidade podem ser submersas, afetando não apenas os habitantes, mas também a infraestrutura econômica e social da região. O Porto de Santos, vital para o Brasil, estaria entre os maiores prejudicados, impactando a economia do país.
Além disso, Santos e outras cidades da Baixada Santista, como Guarujá e São Vicente, enfrentam a ameaça de perder suas áreas urbanas devido ao avanço do mar. Isso resultaria em uma mudança imposta por milhares de pessoas, gerando uma crise humanitária sem precedentes.
Fatores que contribuem para o aumento do nível do mar
A elevação do nível do mar é uma causa causada principalmente por dois fatores:
- Derretimento das geleiras e calotas polares: O aquecimento global está acelerando o derretimento de grandes massas de gelo nos polos, o que contribui para o aumento do volume de água nos oceanos.
- Expansão térmica da água do mar: Com o aumento das temperaturas globais, a água do mar tende a se expandir, resultando em uma elevação ainda maior do nível do mar, especialmente em áreas costeiras.
Essas influências não afetaram apenas São Paulo, mas várias cidades ao redor do mundo, colocando em risco a vida de milhões de pessoas que vivem em áreas vulneráveis.
Impacto nas grandes cidades costeiras
De acordo com as projeções, Santos não é a única cidade do Brasil a enfrentar o risco de ser “engolida” pelo mar. Outras cidades costeiras, como o Rio de Janeiro, também estão em risco. A ONU já alertou que, até 2050, diversas cidades com grandes nações, como Santos, Cotonou (no Benin) e Calcutá (na Índia), expuseram graves riscos de inundação.
As projeções globais mostram que até 10% da população mundial poderá ser afetada por essas inundações nas regiões costeiras, o que representa uma crise de proporções inimagináveis, com consequências sociais, econômicas e ambientais devastadoras.
Urgência das ações climáticas
Para evitar esse cenário apocalíptico, as projeções ressaltam a necessidade urgente de ações climáticas globais imediatas. Medidas de mitigação das emissões de gases de efeito estufa, como a redução do uso de combustíveis fósseis, o incentivo às energias renováveis e o reflorestamento, são essenciais para frear o aquecimento global e limitar o aumento do nível do mar.
Além disso, o Brasil, assim como outras nações, precisa adotar políticas de adaptação para lidar com os efeitos do aumento do nível do mar nas suas cidades costeiras. A construção de barreiras costeiras, melhorias no planejamento urbano e a criação de zonas de refúgio para populações vulneráveis podem ajudar a reduzir os impactos.