O uso de celulares se tornou parte do cotidiano de praticamente todas as pessoas. Seja para fazer chamadas, acessar redes sociais, ou até mesmo para dormir com o aparelho ao lado, muitos de nós estamos sempre em contato com nossos dispositivos móveis. Mas será que esse hábito traz riscos para a saúde? A dúvida mais comum é sobre a radiação emitida pelos celulares.
Quando falamos sobre radiação, muitas pessoas logo pensam em raios gama ou radiações perigosas, mas a radiação emitida pelos celulares é de um tipo bem diferente: a radiação de radiofrequência. Essa radiação faz parte de um espectro eletromagnético que inclui diferentes tipos de energia, desde ondas de rádio até luz visível. A radiação de radiofrequência dos celulares tem baixa energia e está muito distante de radiações que podem causar danos graves à saúde.
Como funciona o espectro eletromagnético?
O espectro eletromagnético é um vasto conjunto de ondas de energia que se distribuem em diferentes frequências. Essas frequências variam entre mais longas, como as ondas de rádio, até as muito curtas, como os raios gama. No caso dos celulares, as frequências que eles utilizam estão entre 0,7 GHz e 80 GHz.
No entanto, todas essas frequências fazem parte da faixa de radiação não ionizante, o que significa que elas não têm poder suficiente para remover elétrons dos átomos, como ocorre com a radiação ionizante, que pode danificar o DNA e aumentar o risco de câncer.
Quando falamos de radiação não ionizante, queremos dizer que ela não é capaz de causar alterações no DNA, como as radiações de raios-X ou radônio, que são ionizantes. As radiações ionizantes têm energia suficiente para quebrar moléculas e afetar as células do corpo, enquanto as radiações não ionizantes, como os celulares, não têm essa capacidade. Portanto, a radiação emitida pelo celular é segura em termos de riscos de causar câncer, como o de cérebro, por exemplo.
O que os estudos científicos dizem?
Estudos realizados por organizações respeitáveis, como a Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC), não encontraram nenhuma ligação entre o uso de celulares e o aumento do risco de tumores específicos. Um estudo com mais de 250 mil pessoas revelou que a frequência de uso do celular não tem impacto no surgimento de crescimentos.
Além disso, especialistas como Thiago Celestino Chulam, líder do Departamento de Prevenção e Diagnóstico Precoce do ACCamargo Cancer Center, afirmaram que não há evidências científicas de que a radiação dos celulares esteja associada ao desenvolvimento de tumores.
Por que ainda existe preocupação com a radiação dos celulares?
Apesar de não haver evidências conclusivas de que a radiação dos celulares causa câncer, há uma preocupação pública devido a alguns casos de câncer em pessoas que viviam próximas a grandes antenas emissoras de radiofrequência. No entanto, os estudos não identificaram nenhum aumento significativo no risco de câncer para os usuários de celulares. Mesmo com o uso crescente do 5G, que opera em frequências mais altas, não há risco comprovado para a saúde humana.
Ao contrário da radiação de baixa frequência dos celulares, radiações como as de raios-X, radônio e radiações nucleares são ionizantes e têm o poder de alterar o DNA das células, aumentando o risco de câncer. Esses tipos de radiação são os verdadeiros vilões em termos de danos à saúde. Por isso, embora não seja necessário se preocupar com a radiação dos celulares, é importante tomar precauções em relação às radiações ionizantes .
Embora a radiação dos celulares não represente um risco de câncer, o uso excessivo do aparelho pode afetar outros aspectos da saúde. A qualidade do sono, dos problemas comportamentais e dos problemas comportamentais pode ser influenciada pela exposição constante ao celular. Ficar na cama mexendo no celular, por exemplo, pode melhorar o sono, pois a luz emitida pelo aparelho inibe a produção de melatonina, hormônios responsáveis pelo sono.
Precauções e moderação no uso do celular
Para garantir que o uso do celular seja seguro, é importante moderar a exposição. Embora a radiação não represente um risco significativo para a saúde, evitar o uso excessivo e desconectar-se uma hora antes de dormir pode melhorar não só a qualidade do sono, mas também reduzir o risco de problemas psicológicos.
Como recomenda Helen Paredes de Souza, especialista do Instituto Nacional de Câncer (INCA), é sempre prudente adotar o princípio da precaução, ou seja, agir com cautela, mesmo que as evidências científicas não sejam conclusivas.
A radiação emitida por esses aparelhos é baixa e não ionizante , o que significa que ela não tem poder para causar danos ao DNA e, portanto, não aumenta o risco de desenvolvimento de tumores. No entanto, é sempre conveniente usar o celular com moderação, especialmente para garantir uma boa qualidade de sono e evitar outros problemas de saúde.