No ano de 2025, o salário mínimo no Brasil foi elevado de R$ 1.412 para R$ 1.518, representando um reajuste de 7,5%. A iniciativa tem como objetivo principal reforçar o poder de compra da população trabalhadora, levando em conta os efeitos da inflação acumulada ao longo dos últimos anos.
Em entrevista à rádio Tupi, o especialista em gestão financeira João Adolfo de Souza ressaltou a necessidade de equilibrar os ganhos imediatos proporcionados pelo reajuste com os desafios econômicos de longo prazo, incluindo o crescimento das despesas públicas e os efeitos no equilíbrio fiscal.
Impactos do novo salário mínimo
O cálculo do reajuste considera uma combinação entre a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), e o crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes. No caso de 2025, o crescimento de 2,9% do PIB em 2023 foi um dos elementos-chave para a definição do aumento.
O novo valor, em vigor a partir de janeiro, com pagamentos previstos para fevereiro, influenciará diferentes setores, como benefícios sociais, tributação e contribuições para a previdência.
- Instituto Nacional do Seguro Social (INSS): O salário mínimo será usado como referência para aposentadorias, pensões e outros benefícios. Beneficiários que recebem acima do piso terão os valores reajustados com base no INPC. O aumento do salário mínimo incluirá um ganho real limitado a 2,5%.
- Abono Salarial do PIS/Pasep: Destinado a trabalhadores com renda de até dois salários mínimos. O teto para 2025 será de R$ 2.640. Beneficiará cerca de 25,8 milhões de pessoas. O desembolso total estimado é de R$ 30,7 bilhões.
- Benefício de Prestação Continuada (BPC): A renda familiar per capita exigida será de R$ 379,50, equivalente a 25% do salário mínimo. Famílias com renda de até R$ 759 (meio salário mínimo) poderão ser incluídas em casos específicos.
- Seguro-desemprego: O valor mínimo do benefício será reajustado para R$ 1.518.
- Microempreendedores Individuais (MEIs): A contribuição mensal para o INSS será ajustada para R$ 75,90 (5% do salário mínimo). Os tributos adicionais, como ICMS e ISS, dependerão da área de atuação do MEI.