Um estudo publicado na Annals of Medicine indica que os efeitos negativos de hábitos prejudiciais à saúde, como fumar, consumir álcool em excesso e a falta de exercícios físicos, começam a se manifestar por volta dos 36 anos.
Realizada por pesquisadores finlandeses, a pesquisa acompanhou ao longo de várias décadas centenas de pessoas nascidas em 1959 na cidade de Jyväskylä, na Finlândia. Esses indivíduos foram observados desde a infância até os 60 anos, com a coleta de dados em diversas fases de suas vidas.
Riscos à saúde antes dos 40
A pesquisa não se limitou a avaliar apenas a saúde física dos participantes, mas também investigou seu bem-estar psicológico, utilizando questionários para identificar sintomas de depressão e medir o nível de satisfação emocional. Além disso, os pesquisadores avaliaram como os participantes percebem sua própria saúde, com base na autoavaliação que fizeram sobre seu estado de saúde no último ano.
A parte física foi analisada por meio de um índice de risco metabólico, que levou em conta fatores como pressão arterial, medidas da cintura, níveis de colesterol, glicose no sangue e outros indicadores de gordura corporal.
O estudo focou em três comportamentos de risco específicos: fumar, consumir álcool em excesso (considerado como ingestão de 7.000 g de álcool por ano para mulheres e 10.000 g para homens) e praticar pouca atividade física (menos de uma vez por semana). Os resultados indicaram que aqueles que adotaram esses três hábitos nocivos apresentaram pior saúde física e mental, especialmente após os 35 anos.
Sobre os maus hábitos
De acordo com Tiia Kekäläinen, autora principal da pesquisa, doenças crônicas não transmissíveis, como as cardíacas e o câncer, são responsáveis por quase 75% das mortes no mundo. Ela destaca que a adoção de hábitos saudáveis desde a juventude pode ajudar a diminuir o risco de desenvolvimento dessas doenças e reduzir as chances de morte prematura.
Apesar da relevância dos achados, é importante lembrar que se trata de um estudo observacional, o que significa que não é possível concluir com certeza que os comportamentos de risco sejam diretamente responsáveis pelos problemas de saúde.
Além disso, o estudo possui algumas limitações, como o tratamento igualitário dos três hábitos analisados, sem considerar a intensidade ou o impacto individual de cada um. Os pesquisadores recomendam que futuras investigações incluam outros fatores, como a alimentação, para proporcionar uma análise mais abrangente dos efeitos do estilo de vida na saúde ao longo do tempo.