O Retiro dos Artistas, tradicional abrigo de veteranos das artes localizado no Rio de Janeiro, recebeu recentemente uma contribuição significativa de José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, ex-diretor da TV Globo.
Aos 89 anos, ele destinou toda a renda obtida com seu livro autobiográfico, O Lado B de Boni, lançado em 2023, para a instituição. A doação tem como objetivo melhorar a infraestrutura do local e garantir melhores condições de vida aos artistas que ali residem.
Retiro dos Artistas recebe alta doação de ex-diretor da Globo
Com o valor arrecadado, a administração do Retiro dos Artistas conseguiu realizar reformas em setores essenciais e adquirir equipamentos que estavam em falta ou em condições precárias.
A lavanderia, por exemplo, foi totalmente reestruturada com a compra de lavadoras e secadoras industriais de alta performance, importadas especialmente para atender à demanda da casa.
A cozinha também passou por melhorias, assim como o refeitório, que foi renovado com piso antiderrapante, novos móveis e a instalação de aparelhos de ar-condicionado.
O espaço agora comporta confortavelmente até 30 pessoas, promovendo maior dignidade e bem-estar aos residentes.
Boni, que fez questão de visitar pessoalmente o Retiro dos Artistas para acompanhar de perto as mudanças, se emocionou ao ver o impacto da contribuição.
Em vídeo publicado nas redes sociais, ele afirmou que a intenção foi retribuir, ainda que de forma simbólica, tudo o que esses artistas fizeram pela cultura brasileira. “Essas pessoas nos deram tanto. É hora de mostrar gratidão”, disse.
Durante a visita, reencontrou amigos de longa data, como a atriz Íris Bruzzi, e conversou com o presidente da instituição, Stepan Nercessian, e a diretora, Cida Cabral.
Retiro dos Artistas vive de doações e atende dezenas de idosos
Fundado em 1918, o Retiro dos Artistas abriga atualmente dezenas de profissionais do meio artístico, como atores, músicos e técnicos que se encontram em situação de vulnerabilidade.
O terreno foi doado no início do século XX por Frederico Figner, pioneiro da indústria fonográfica no Brasil.
Com uma estrutura que inclui teatro, biblioteca, salão de beleza e áreas de convivência, o local oferece acolhimento e assistência a quem dedicou a vida à arte, mas hoje carece de recursos.
A instituição sobrevive exclusivamente por meio de doações, parcerias e trabalho voluntário.
Tanto a diretoria quanto os residentes reforçam a importância de mais iniciativas como a de Boni, que ajudam a manter viva a dignidade e o reconhecimento desses artistas.