Atualmente, mais de 20 empresas de capital aberto no Brasil estão passando por processos de recuperação judicial ou extrajudicial, e a expectativa é que esse número cresça em 2025. O cenário econômico desafiador, com juros altos e instabilidade global, tem dificultado a sustentabilidade financeira das companhias.
Entre as afetadas estão grandes empresas como Bombril, Agrogalaxy, Oi e Americanas. A Oi já enfrenta seu segundo processo de recuperação, enquanto a Americanas entrou em crise após um escândalo contábil de grande proporção.
Empresas com dificuldades
Empresas listadas na bolsa de valores enfrentam desafios significativos devido ao alto volume de dívidas e à necessidade de transparência em suas finanças. A advogada Fabiana Solano, do escritório Felsberg, declarou ao jornal Valor Econômico que a crise tende a se agravar, mesmo entre companhias bem estruturadas.
Segundo ela, a elevação constante dos juros e a instabilidade global afetam diretamente as operações, exigindo uma gestão cautelosa. Algumas empresas, como Azul e Infracommerce, conseguiram renegociar suas dívidas sem recorrer à Justiça, enquanto outras, como a Light, optaram por planos de recuperação judicial para evitar a falência.
Recuperação judicial
A recuperação judicial é uma alternativa para empresas que enfrentam dificuldades financeiras e buscam evitar a falência, permitindo que renegociem suas dívidas e reorganizem suas operações. Diversos fatores podem levar uma empresa a esse cenário, incluindo crises econômicas que reduzem a demanda por produtos e serviços, endividamento elevado, dificuldades de acesso ao crédito e altas taxas de juros, que aumentam os custos financeiros.
Má gestão, planejamento inadequado, investimentos malsucedidos e até conflitos entre sócios também podem comprometer a saúde financeira do negócio. Além disso, mudanças na legislação, carga tributária elevada e instabilidades políticas e setoriais podem agravar a situação. Normalmente, a recuperação judicial se torna necessária quando esses fatores se acumulam, tornando inviável a continuidade da empresa sem uma reestruturação profunda.