A startup britânica Resting Reef, criada por Aura Pérez e Louise Skajem, propõe uma solução sustentável para o setor funerário: transformar cinzas humanas em recifes artificiais subaquáticos. A ideia nasceu durante os mestrados das fundadoras no Royal College of Art e no Imperial College London, onde elas combinaram conceitos de memória e sustentabilidade para desenvolver memórias que também beneficiam a vida marinha.
O processo consiste em misturar as cinzas com conchas de ostras moídas e um tipo especial de concreto, que são então moldados em estruturas impressas em 3D. Essas estruturas possuem texturas e túneis projetados para abrigar diversas espécies marinhas. A técnica utilizada, chamada aquamação, é um método alcalino que substitui a cremação convencional, produzindo um material adequado para a fabricação desses recifes ecológicos.
Cinzas nos recifes
- Os recifes são instalados a cerca de 10 metros de profundidade.
- Desempenham papel vital na regeneração da biodiversidade.
- Ajudam na filtragem da água.
- Contribuem para a prevenção da erosão costeira.
- Cada estrutura pode capturar até 2,2 milhões de quilos de dióxido de carbono em três anos, ajudando a mitigar impactos ambientais.
- O projeto piloto começou em 2024, em Bali, Indonésia, usando cinzas de animais de estimação.
- As comunidades locais responderam de forma muito positiva ao projeto.
- Os recifes atraíram uma diversidade de peixes 12 vezes maior que em áreas degradadas próximas.
- Foram identificadas 59 espécies diferentes nos recifes.
- O sucesso do piloto levou a empresa a expandir o projeto para cinzas humanas.
- Atualmente, a Resting Reef busca licenças para instalar recifes artificiais no Plymouth Breakwater, sul da Inglaterra.
Outros detalhes
O setor funerário tradicional causa grande impacto ambiental: um enterro convencional libera cerca de 833 kg de CO₂, quase o dobro da cremação, que gera aproximadamente 400 kg. Nos Estados Unidos, anualmente são consumidas mais de 1,6 milhão de toneladas de concreto e 14 mil toneladas de aço para construir túmulos, mostrando a urgência por alternativas sustentáveis.
A startup britânica Resting Reef tem ganhado destaque mundial, conquistando prêmios como o Terra Carta Design Lab, iniciativa do rei Carlos III em parceria com o designer Jony Ive, além de receber apoio financeiro da Innovate UK. Suas fundadoras também foram reconhecidas na lista Forbes 30 Under 30 pela relevância social do projeto.