Nos primeiros três meses de 2025, os brasileiros gastaram cerca de R$ 30 bilhões em apostas esportivas, colocando o país como o terceiro maior mercado global e destacando o rápido crescimento desse setor. Esse crescimento é refletido pela crescente presença das empresas desse ramo nos patrocínios de clubes de futebol da primeira divisão.
Embora a publicidade de apostas seja permitida, ela deve ser restrita, não podendo ser direcionada a menores de idade. Apesar das propostas em andamento no Congresso Nacional para regular essas campanhas, a legislação atual permanece mais flexível quando comparada a outras indústrias, como a de bebidas alcoólicas e tabaco.
Transtorno do jogo
O transtorno do jogo, conhecido como “transtorno do controle do impulso” pela Associação Americana de Psiquiatria desde a década de 1980, já era explorado por Dostoiévski no século XIX em seu romance “O Jogador“.
No livro, o autor russo descrevia os sintomas da compulsão por apostas, antecipando, assim, o reconhecimento clínico da condição, que é caracterizada pela incapacidade de controlar o impulso de jogar, mesmo quando isso traz sérios danos à vida pessoal, social e financeira do indivíduo.
Regulação de apostas
No Brasil, em janeiro de 2024, foi criada a Secretaria de Prêmios e Apostas no Ministério da Fazenda, marcando um importante avanço na regulamentação do setor de apostas. Essa nova estrutura visa estabelecer diretrizes claras para a prática das apostas no país, promovendo um “jogo responsável”, cujo objetivo principal é o “divertimento” e não o comprometimento financeiro ou emocional dos jogadores.
Além disso, o governo brasileiro tem demonstrado preocupação com os impactos sociais e econômicos das apostas, especialmente entre as famílias mais vulneráveis, que podem ser mais suscetíveis ao endividamento. Para enfrentar esse problema, o Ministério da Fazenda criou um grupo de trabalho encarregado de desenvolver um Plano de Ação voltado para a saúde mental e a prevenção do jogo problemático.
A iniciativa busca mitigar os efeitos do vício em apostas, que pode prejudicar o bem-estar de milhares de brasileiros. Embora o plano tenha prazos definidos para sua implementação, ele pode ser prorrogado conforme necessário para ajustes e melhorias contínuas.