A quiropraxia é um tratamento popular para aliviar dores musculares e problemas na coluna. Contudo, procedimentos realizados de forma inadequada podem causar danos severos e até ameaçar a vida do paciente. O caso da norte-americana Carissa Klundt, de 41 anos, é um alerta importante sobre os perigos de uma sessão malfeita que quase terminou em tragédia.
A quiropraxia é uma terapia manual focada em manipulações da coluna vertebral e articulações para aliviar dores e melhorar a mobilidade. É comum que pacientes com dores crônicas, como nas costas e pescoço, busquem esse tipo de tratamento para obter alívio sem uso de medicamentos.
No entanto, as manobras realizadas exigem treinamento especializado e muita precisão. Qualquer erro ou força excessiva pode provocar lesões sérias, como a dissecção de artérias cervicais.
O caso de Carissa Klundt
Carissa Klundt buscava o tratamento para aliviar dores nas costas que sentia desde uma cirurgia para retirada de implantes mamários. Indicada por uma amiga, ela iniciou sessões de quiropraxia sem imaginar os riscos envolvidos.
Nas duas primeiras consultas, tudo parecia normal, mas na terceira sessão, quando o quiropraxista realizou uma manobra para estalar o pescoço, algo deu errado. Carissa sentiu um estalo estranho e uma dor imediata que indicava um problema sério.
O que é Dissecção da Artéria Vertebral (DAV)?
A dissecção da artéria vertebral é uma lesão interna na parede da artéria que corre ao longo da coluna cervical. Essa lesão pode causar o acúmulo de sangue na parede arterial, reduzindo o fluxo sanguíneo ao cérebro e aumentando o risco de derrame cerebral.
No caso de Carissa, a manobra realizada de forma incorreta provocou essa dissecção, desencadeando sintomas graves como desmaios, visão turva, dificuldade de concentração e náuseas, sinais que indicavam a iminência de um AVC.
A gravidade e o diagnóstico tardio
Apesar do incômodo inicial, Carissa tentou ignorar os sintomas e manteve suas atividades normais. Essa postura atrasou o diagnóstico, que só foi feito após a insistência do marido, Cassidy, e exames mais detalhados em hospital.
O diagnóstico de DAV levou Carissa para a UTI, onde os médicos lutaram para evitar um acidente vascular cerebral fatal. O tratamento exigiu cuidados intensivos e um longo processo de recuperação.
Sequelas
Mesmo após sobreviver, Carissa sofreu sequelas permanentes. Ela desenvolveu afasia, uma condição que afeta a fala e a comunicação devido à falta de fluxo sanguíneo adequado ao cérebro.
Além disso, suas limitações físicas impedem que ela retome suas atividades esportivas e profissionais normalmente. Dores crônicas e fadiga passaram a fazer parte do seu dia a dia, evidenciando o impacto duradouro da complicação.
O que todos devem saber
O caso de Carissa Klundt destaca a importância de escolher profissionais devidamente qualificados e ter cuidado redobrado com procedimentos que envolvem manipulações da coluna e pescoço.
- Procure profissionais certificados: Verifique a formação e experiência do quiropraxista.
- Informe seu histórico de saúde: Cirurgias anteriores e condições médicas podem aumentar os riscos.
- Fique atento a sinais de alerta: Dor intensa, tontura, náusea, desmaios ou alterações na visão após sessões devem ser avaliados imediatamente.
- Não hesite em buscar ajuda médica: Sintomas persistentes ou graves exigem atenção urgente.
A prevenção, informação e cautela são fundamentais para que a busca pelo bem-estar não termine em consequências irreversíveis.