Muitas pessoas questionam se o consumo diário de uma latinha de cerveja pode trazer prejuízos à saúde ou se existe uma quantidade segura de álcool que possa ser ingerida sem riscos. Essa discussão ganha ainda mais importância após o Dia Nacional de Combate ao Alcoolismo (18/02), data criada para conscientizar a população sobre os danos causados pelo consumo de bebidas alcoólicas.
Uma pesquisa do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (CISA), realizada entre 2010 e 2023, apontou Belo Horizonte como a sexta capital brasileira com maior consumo excessivo de álcool. No primeiro ano do estudo, 20,9% da população adulta da cidade apresentava esse comportamento, percentual que aumentou para 22,4% em 2023.
Consumo de bebida alcoólica
No passado, alguns estudos indicavam que o consumo moderado de bebidas como o vinho tinto poderia ser benéfico para a saúde. No entanto, essa perspectiva mudou com as novas diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS), que agora afirmam que não existe uma quantidade segura de álcool. A entidade alerta que mesmo o consumo moderado pode causar danos à saúde.
A nutricionista Sheila Vieira e Castro, da Fundação São Francisco Xavier, afirmou em entrevista ao portal O Tempo que não existe um jeito seguro de consumir álcool. “Se eu beber duas latinhas de cerveja diariamente ou todas de uma vez no fim de semana, os danos serão os mesmos. A orientação mais segura é evitar o consumo”, destacou.
O Ministério da Saúde ressalta os perigos do consumo de álcool, que está associado a doenças no fígado e pâncreas, câncer, transtornos mentais, hipertensão e problemas durante a gestação. Diante desse cenário, o governo estabeleceu a meta de reduzir em 10% o consumo excessivo de bebidas alcoólicas até 2030, como parte do Plano de Enfrentamento às Doenças Crônicas não Transmissíveis e Agravos.
Ajuda para quem quer parar de beber
Para aqueles que precisam de tratamento, o Alcoólicos Anônimos (AA) é uma alternativa acessível e sigilosa, com grupos de apoio presentes na maioria das cidades do país. Outra opção são os Centros de Atenção Psicossocial – Álcool e Drogas (Caps – AD), que disponibilizam atendimento especializado, incluindo suporte de médicos, psicólogos e terapeutas.
Se a cidade não contar com um Caps especializado em álcool e drogas, o tratamento pode começar em um Caps geral ou em uma unidade básica de saúde. Quando necessário, o Caps também pode solicitar a internação do paciente em instituições parceiras.