Estudos recentes apontam que indivíduos com sangue tipo O apresentam um risco maior de morte devido a lesões graves. Pesquisa conduzida por cientistas do Hospital Universitário de Medicina e Odontologia de Tóquio, e publicada em 2018 na revista Critical Care, revelou que a taxa de mortalidade entre pacientes com sangue tipo O chega a 28% em casos de lesões severas, enquanto para os demais tipos sanguíneos, esse índice é de apenas 11%.
O estudo aponta que a maior fragilidade das pessoas com sangue tipo O pode estar vinculada à coagulação sanguínea. Isso ocorre porque elas apresentam níveis reduzidos de proteínas cruciais para a formação de coágulos, como o fator von Willebrand e o fator VIII. Essa deficiência compromete a capacidade do corpo de conter hemorragias, elevando o risco de sangramentos fatais.
Sangue tipo O
Além disso, pesquisas indicam que a resposta inflamatória em pessoas com sangue tipo O pode ser distinta, o que prejudica a recuperação após lesões e eleva o risco de complicações graves, como infecções e insuficiência de órgãos.
Embora o sangue tipo O negativo seja reconhecido como o doador universal, pacientes com esse tipo enfrentam desafios em emergências, já que só podem receber transfusões de sangue do mesmo tipo. Pesquisas também mostram que, apesar de ser comum, o sangue tipo O apresenta tanto benefícios quanto riscos à saúde.
Por exemplo, indivíduos com esse tipo sanguíneo têm menor risco de doenças cardiovasculares, mas são mais propensos a úlceras e cânceres gastrointestinais. Além disso, eles apresentam maior compatibilidade em transplantes de órgãos, o que pode ser uma vantagem em caso de necessidade de doação.
Sistemas e antígenos
Em uma nova descoberta, pesquisadores da Universidade de Bristol e do NHS Blood and Transplant, no Reino Unido, identificaram um raro sistema sanguíneo chamado ‘MAL’, que contém o antígeno AnWj. Esse antígeno pode estar ausente em algumas pessoas, especialmente em casos de doenças como certos tipos de câncer. Embora a maioria seja AnWj-positiva, o fenótipo AnWj-negativo é muito raro.
Essa descoberta pode melhorar a segurança das transfusões de sangue, ao possibilitar a identificação de pacientes que não possuem o antígeno AnWj, além de facilitar a busca por doadores compatíveis. Com essa adição, o total de sistemas sanguíneos reconhecidos sobe para 47, totalizando mais de 360 antígenos identificados.