Mark Carney foi oficialmente eleito primeiro-ministro do Canadá, conforme confirmado ontem, terça-feira (29), após o Partido Liberal garantir a maioria relativa no Parlamento nas eleições federais de 28 de abril.
Ele assume o cargo em um momento politicamente tenso, marcado pela renúncia de Justin Trudeau, seu antecessor, e pelas recentes ameaças do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que reacenderam o sentimento nacionalista entre os canadenses.
Quem é Mark Carney, eleito o novo primeiro-ministro do Canadá?
Mark Carney, aos 60 anos, é um nome já conhecido nos círculos econômicos internacionais, embora novato no mundo eleitoral.
Natural de Fort Smith, nos Territórios do Noroeste, ele traz ao governo uma bagagem incomum para um líder político: foi presidente do Banco Central do Canadá durante a crise de 2008 e, posteriormente, liderou o Banco da Inglaterra em meio à turbulência do Brexit.
Com formação em economia pelas universidades de Harvard e Oxford, Mark Carney construiu uma reputação sólida como tecnocrata, com forte domínio de política monetária e estabilidade fiscal.
Sua entrada na política foi repentina. Após a renúncia de Trudeau em janeiro, Mark Carney se lançou como candidato à liderança liberal, conquistando o apoio interno com mais de 85% dos votos dos filiados em março.
Sua escolha representou uma aposta dos liberais em uma figura com apelo técnico e discurso firme — especialmente em relação à soberania canadense diante da retórica de Trump, que chegou a sugerir a anexação do Canadá aos Estados Unidos.
Eleição de Mark Carney teve reviravolta e exigirá coalizão
A eleição que confirmou Mark Carney como primeiro-ministro foi marcada por uma reviravolta. Durante grande parte da campanha, o Partido Conservador, liderado por Pierre Poilievre, liderava as pesquisas com vantagem confortável.
No entanto, declarações de Trump sobre tarifas e ameaças à independência canadense geraram indignação no país, favorecendo a recuperação dos liberais nas urnas.
Apesar da vitória, Carney enfrentará desafios imediatos: o Partido Liberal conquistou 169 cadeiras, três a menos do necessário para formar um governo majoritário. Isso obriga o novo premiê a buscar uma coalizão para garantir governabilidade.
Os conservadores ficaram com 144 assentos, e o Bloc Québécois, com 22, desponta como um potencial aliado, apesar de suas pautas regionalistas.
Mark Carney assume, portanto, não apenas um novo cargo, mas uma responsabilidade histórica: liderar o Canadá em meio a tensões externas e rearranjos políticos internos, com o desafio de unir forças em um Parlamento fragmentado.