Os comissários de bordo, conhecidos também como comissários de voo, desempenham um papel essencial na aviação, não apenas cuidando do atendimento ao cliente, mas, sobretudo, assegurando a segurança dos passageiros e a operação tranquila do voo. A profissão é mais complexa do que simplesmente servir lanches durante o voo, envolvendo treinamento rigoroso e responsabilidades que vão muito além da hospitalidade.
Para ingressar na profissão de comissário de bordo no Brasil, é necessário atender a alguns requisitos específicos, que são estabelecidos pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) e pelas empresas aéreas. Entre os principais requisitos estão:
- Idade mínima de 18 anos
- Ensino Médio completo
- Fluência na língua portuguesa
- Certificado Médico Aeronáutico (CMA) de 2ª classe, atestando aptidão física e mental para a função
- Curso de comissário em instituição autorizada
- Aprovação em exame da ANAC sobre conhecimentos aplicados
Após ser selecionado por uma empresa aérea, o profissional deve passar por um treinamento específico sobre a aeronave em que irá atuar. O processo inclui um estágio prático e um exame final, e, se aprovado, a empresa solicitará à ANAC a emissão do Certificado de Habilitação Técnica (CHT).
A partir de 2024, novas mudanças foram introduzidas na formação. O treinamento, antes feito em centros autorizados, agora pode ser realizado dentro da própria empresa aérea, onde o candidato deve demonstrar a capacidade técnica necessária.
O que o comissário de bordo deve aprender?
Durante a formação, o comissário de voo adquire uma ampla gama de conhecimentos e habilidades que são essenciais para o desempenho seguro e eficiente da função. Entre os tópicos abordados, destacam-se:
- Navegação aérea e meteorologia: Para compreender o ambiente em que operam os aviões e as condições climáticas que podem afetar o voo.
- Regulamentação e legislação: Estudo das leis que regem a aviação comercial e a segurança aérea.
- Relações interpessoais e atendimento ao cliente: Habilidades para lidar com passageiros de diversas culturas e perfis.
- Medicina aeroespacial e primeiros socorros: Formação para agir em situações de emergência médica.
- Sobrevivência em áreas habitadas e desabitadas: Técnicas de sobrevivência, essenciais em situações extremas, como pousos forçados.
- Emergências a bordo: Treinamento para lidar com incêndios, despressurização, e outras situações críticas.
Mercado de trabalho para comissários de bordo
Os comissários de bordo podem trabalhar não apenas em empresas aéreas comerciais, mas também em outros setores, como:
- Transporte offshore: Atuação em plataformas de petróleo e embarcações especializadas.
- Táxi aéreo: Operação de aeronaves pequenas em voos charter.
- Aeronaves particulares: Trabalhando em jatinhos e aviões de executivos.
- Fabricantes de aeronaves: Participando de voos demonstrativos e promocionais.
Além disso, muitos comissários atuam em funções administrativas, como gerenciamento de equipes, regulamentações e treinamentos nas empresas.
Quanto ganha um comissário de bordo?
A média salarial de um comissário de bordo no Brasil gira em torno de R$ 6.252,19 por mês, conforme dados de junho de 2023. Esse valor pode variar dependendo da quantidade de horas voadas e do tipo de empresa aérea em que o profissional trabalha. O salário de um comissário é composto por uma parte fixa e uma variável, que oscila conforme as horas de voo realizadas.
Existem atualmente cerca de 10.606 comissários de voo empregados no Brasil, sendo que a maioria está habilitada para operar aeronaves da família Airbus A320. Um número menor de profissionais, cerca de 81, é habilitado para operar helicópteros.
Processos seletivos para comissários de bordo
As empresas aéreas costumam abrir processos seletivos anuais para a contratação de comissários de bordo. Em 2023, por exemplo, a Gol Linhas Aéreas realizou um processo seletivo para 100 vagas de comissários de voo, com base em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.
Além dos requisitos padrão, como passaporte válido e certificado internacional de vacina contra febre-amarela, os candidatos à vaga da Gol precisavam ter conhecimentos intermediários de inglês, uma habilidade que se tornou cada vez mais exigida na profissão, especialmente para atuar em voos internacionais.
Se você tem interesse em se tornar um comissário de bordo, é necessário estar preparado para enfrentar uma rotina dinâmica, com muito aprendizado e desafios, mas também recompensada com boas condições financeiras e uma experiência única.