Rússia e Ucrânia, que enfrentam um conflito militar desde fevereiro de 2022, chegaram ontem, segunda-feira, 2 de junho de 2025, a um raro entendimento durante negociações realizadas em Istambul.
Os dois países acertaram a devolução mútua de prisioneiros de guerra em condições graves de saúde, além de soldados com idades entre 18 e 25 anos. Também foi firmada a repatriação de cerca de 12 mil corpos — 6 mil de cada lado — de soldados mortos em combate.
Prisioneiros serão devolvidos pela Rússia e Ucrânia
O encontro entre as delegações da Rússia e da Ucrânia ocorreu em meio a uma escalada de ataques nos dias anteriores, com bombardeios de grande intensidade atingindo infraestruturas militares e resultando em baixas significativas para ambos os lados.
Apesar do aumento da violência, os representantes russos e ucranianos conseguiram selar um compromisso humanitário limitado, embora um cessar-fogo geral ainda pareça distante.
Durante as discussões em solo turco, o ministro da Defesa da Ucrânia, Rustem Umerov, confirmou que a troca abrangerá todos os prisioneiros gravemente feridos ou doentes e todos os militares jovens capturados, respeitando a paridade entre os países.
A proposta partiu de ambos os lados, com apoio logístico e diplomático do governo turco.
Em relação aos corpos, o acordo prevê a devolução simultânea e equivalente, com operações de retirada sob eventual cessar-fogo temporário em áreas específicas da linha de frente.
A delegação da Rússia, liderada por Vladimir Medinsky, apresentou uma proposta para suspender hostilidades por dois a três dias em alguns setores do conflito, a fim de facilitar a logística da devolução dos corpos.
Kiev, no entanto, rejeita qualquer trégua parcial, defendendo que só aceitará um cessar-fogo amplo e incondicional. O impasse sobre os termos da trégua impediu avanços mais significativos em direção à paz.
Líderes da Rússia e da Ucrânia podem se encontrar no final de junho
O governo ucraniano também apresentou uma nova proposta para que as negociações prossigam entre os dias 20 e 30 de junho, e voltou a insistir em um encontro direto entre os presidentes Volodymyr Zelensky e Vladimir Putin — possibilidade que o Kremlin ainda não aceitou.
Adicionalmente, a Ucrânia entregou uma lista com centenas de crianças supostamente levadas à força para território russo, exigindo sua devolução.
A mediação da Turquia contou com o apoio indireto dos Estados Unidos, cujo presidente, Donald Trump, pressiona ambas as partes por um acordo rápido. A iniciativa marca um raro avanço diplomático em meio ao prolongado e brutal conflito.