O Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) divulgou o boletim agroclimático para o primeiro trimestre de 2025, oferecendo uma análise detalhada das condições climáticas que devem predominar nas cinco regiões do Brasil.
Com base em dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e da Fundação Cearense de Meteorologia (Funceme), a previsão aponta para um período de temperaturas acima da média e padrões de precipitação variados, influenciados pelo fenômeno La Niña.
Região Norte
A região Norte, tradicionalmente caracterizada por chuvas abundantes, terá um trimestre com precipitações entre a média e acima da média histórica, com exceção de algumas áreas do centro-leste do Pará, Tocantins e leste do Amapá, onde se espera que as chuvas fiquem ligeiramente abaixo da média.
- Temperaturas: As temperaturas médias estarão acima da climatologia em toda a região, especialmente no Pará, Tocantins e partes do Amazonas, que terão as temperaturas mais elevadas.
- Umidade do solo: As condições de umidade no solo serão favoráveis em grande parte da região, exceto em Roraima, onde o armazenamento hídrico continuará baixo.
- Expectativa de chuvas: No centro-norte do Pará, Amapá, norte do Amazonas e Roraima, espera-se um aumento gradual da umidade do solo, enquanto outras áreas da região devem apresentar níveis elevados de umidade ao longo do trimestre.
Região Nordeste
O Nordeste brasileiro será afetado por um padrão de precipitação variado, com chuvas abaixo da média em boa parte da região. No entanto, o mês de janeiro deverá registrar volumes de chuvas acima da média, especialmente em áreas de maior proximidade com o litoral.
- Temperaturas: A previsão indica calor intenso, com temperaturas sempre acima da média histórica em toda a região, mantendo o clima quente e seco, em algumas áreas.
- Umidade do solo: Espera-se baixos níveis de umidade do solo na maior parte da região, com destaque para o Maranhão, oeste da Bahia e regiões próximas do Piauí, onde a umidade do solo será mais elevada (entre 70% e 90%).
- Precipitação: As chuvas do mês de janeiro serão mais intensas, mas as demais áreas enfrentarão uma diminuição significativa nas precipitações até março, com exceção de algumas áreas no oeste da Paraíba, norte do Ceará e noroeste de Pernambuco, que deverão experimentar um leve aumento na umidade do solo.
Região Centro-Oeste
A previsão para o Centro-Oeste é de chuvas entre a normalidade e acima da média histórica, exceto no norte de Goiás e em áreas do nordeste de Mato Grosso, onde as precipitações podem ser inferiores à média.
- Temperaturas: O calor deverá predominar, com temperaturas acima de 24°C em praticamente toda a região.
- Umidade do solo: As chuvas típicas da estação chuvosa ajudarão a manter níveis elevados de umidade no solo, especialmente em Goiás e no Mato Grosso, com exceção do noroeste de Mato Grosso do Sul, onde os níveis de umidade devem continuar baixos.
- Precipitação: As condições são favoráveis para o armazenamento de água no solo, que deve ser elevado em Goiás e grande parte do Mato Grosso durante o trimestre.
Região Sudeste
No Sudeste, a previsão aponta para chuvas abaixo da média no norte de Minas Gerais, com um padrão oposto nas áreas de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e centro-sul de Minas Gerais, onde as precipitações serão superiores à média histórica.
- Temperaturas: O calor também será predominante, com temperaturas mais altas que a média histórica em todo o estado.
- Umidade do solo: O armazenamento de água no solo será satisfatório, com níveis de umidade entre 70% e 100%, exceto no norte de Minas Gerais e no Espírito Santo, onde os níveis de umidade serão mais baixos.
- Chuvas: Apesar de um déficit no norte de Minas Gerais, espera-se um bom nível de precipitações no centro-sul de Minas, Rio de Janeiro e São Paulo, o que favorecerá o armazenamento de água no solo.
Região Sul
O Sul do Brasil enfrentará chuvas irregulares e menos frequentes, especialmente em março e abril, quando as precipitações deverão ser mais escassas.
- Temperaturas: A região terá temperaturas acima da média histórica, com um cenário de calor mais intenso do que o habitual.
- Umidade do solo: O balanço hídrico será favorável, com níveis de umidade no solo bons, embora no centro-sul do Rio Grande do Sul, o armazenamento de água possa ser mais baixo que em outras áreas.
- Precipitação: A previsão é de chuvas irregulares nos meses de março e abril, o que pode prejudicar algumas culturas agrícolas, mas a umidade do solo deve ser suficiente para garantir uma boa produtividade em outras áreas.
Fenômeno La Niña
A previsão climática para o primeiro trimestre de 2025 é fortemente influenciada pelo fenômeno La Niña, que deverá persistir até o trimestre fevereiro-março-abril, com intensidade fraca a moderada. Em dezembro de 2024, as anomalias negativas da Temperatura da Superfície do Mar (TSM) no Oceano Pacífico Equatorial foram confirmadas, indicando um período com características próprias dessa fase do fenômeno, como temperaturas mais amenas e mudanças no regime de chuvas.
- Implicações para o clima: O impacto da La Niña traz temperaturas abaixo da média no Pacífico, que influenciam diretamente as condições climáticas no Brasil, resultando em chuvas irregulares em algumas regiões e temperaturas mais altas do que o normal em boa parte do país.
- O impacto nas chuvas: A La Niña é conhecida por reduzir as chuvas no Sul e no Nordeste, o que deve gerar uma diminuição nas precipitações em áreas dessas regiões durante o trimestre.
Essa previsão fornece informações essenciais para o planejamento agrícola, hídrico e energético no Brasil, destacando a importância de monitorar constantemente as atualizações climáticas.