Walter Salles é um nome extremamente reconhecido no cinema internacional. O diretor de filmes como “Central do Brasil” e “Ainda Estou Aqui” conquistou uma carreira respeitada no mundo das artes cinematográficas.
No entanto, a sua riqueza vai muito além do seu trabalho no cinema. Salles ocupa a posição de terceiro diretor de cinema mais rico do mundo, com uma fortuna estimada em US$ 5,3 bilhões (aproximadamente R$ 26,4 bilhões), segundo a Forbes.
Mas o que exatamente fez Walter Salles alcançar tal patamar de riqueza? A resposta está em sua origem familiar e o legado de sua família, os Moreira Salles, um dos clãs mais poderosos e influentes do Brasil.
Império da família Moreira Salles
A fortuna de Walter Salles está, sem dúvida, ligada ao império financeiro de sua família. Os Moreira Salles construíram um vasto conglomerado de negócios, que abrange desde a indústria bancária até a mineração, passando por outros setores de grande impacto no mercado global.
Walter não é apenas um cineasta; ele é um herdeiro direto de uma das famílias mais ricas e estratégicas do Brasil, com um legado que transcende o cinema.
Origem da fortuna familiar
A história da riqueza da família Moreira Salles começou com João Moreira Salles, o patriarca que fundou a Casa Moreira Salles, uma empresa de correspondência bancária em Poços de Caldas, Minas Gerais.
Em 1924, a Casa recebeu autorização para atuar como instituição financeira, o que possibilitou a ampliação dos negócios da família, especialmente na exportação de café, que foi uma das maiores fontes de riqueza do Brasil nas primeiras décadas do século XX. O filho de João, Walther Moreira Salles, juntou-se aos negócios em 1933 e foi crucial para a construção de um império que se expandiu rapidamente para o setor financeiro.
Estratégias de sucesso
Walther Moreira Salles foi um mestre em fazer investimentos estratégicos que moldaram o futuro da família. Ele foi responsável por seis grandes aquisições e investimentos, sendo um dos mais notáveis a representação da Caterpillar no Brasil, uma jogada ousada que abriu portas para negócios internacionais.
Outro movimento inteligente foi a compra da Brazilian Warrant, uma corretora de valores que possuía a fazenda Cambuhy, uma das maiores produtoras de laranja do país. Além disso, Walther fez investimentos significativos em títulos da dívida externa brasileira, o que gerou grandes lucros.
Nióbio
Porém, o maior trunfo da família Moreira Salles foi a aposta no nióbio, um mineral raríssimo e essencial para diversas indústrias de alta tecnologia, como a aeroespacial e a automotiva.
A família detém 75% do mercado global de nióbio por meio da Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), uma das maiores empresas de mineração do Brasil. O nióbio, descoberto em Araxá, Minas Gerais, foi uma verdadeira mina de ouro para os Moreira Salles, gerando lucros imensos. Em 2023, a CBMM obteve um lucro de R$ 4,9 bilhões, consolidando ainda mais a fortuna da família.
Fusão com o Itaú e diversificação dos negócios
Nem todos os negócios foram um mar de rosas, mas as estratégias estratégicas da família Moreira Salles continuam a ser notáveis. Um dos maiores desafios foi a diminuição da relevância do Unibanco no mercado financeiro, que acabou sendo solucionado com a fusão do banco com o Itaú, criando o maior banco da América Latina.
Além disso, a família se diversificou ainda mais ao investir em diferentes setores da economia, incluindo a agricultura, com a Cambuhy Agrícola, e no mercado de consumo, adquirindo, por exemplo, a marca de exclusivas Havaianas em 2017.
Legado e futuro da fortuna Moreira Salles
O império dos Moreira Salles, atualmente administrado pela BW Gestão de Investimentos, que controla mais de R$ 54 bilhões em ativos, continua sendo uma das fortunas mais imponentes do Brasil.
Embora Walter Salles seja mais conhecido por sua contribuição para o cinema, o impacto de sua família no mundo dos negócios é igualmente significativo. O futuro da família parece garantir mais crescimento e diversificação, solidificando sua posição entre as famílias mais ricas do mundo.