Nos últimos anos, novas formas de adoecimento, como o burnout, têm surgido em paralelo à evolução do trabalho. Com a digitalização acelerada, a informalidade crescente e a cultura da produtividade constante, surgiram também doenças relacionadas ao esgotamento físico e mental.
Entre elas, o burnout passou a ganhar notoriedade como um dos principais males que afetam a saúde dos trabalhadores.
Reconhecida oficialmente pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a síndrome já impacta profissionais no Brasil e ao redor do mundo — e embora cada vez mais pessoas tenham ouvido falar do problema, ainda restam dúvidas sobre suas causas e implicações.
Por que trabalhadores estão cada vez mais com burnout?
Burnout é uma condição ligada diretamente ao contexto profissional, marcada por um estado crônico de estresse que não é tratado adequadamente.
Ao contrário de um simples cansaço, trata-se de uma exaustão profunda, que envolve desgaste emocional, desmotivação, queda de produtividade e até sintomas físicos, como insônia, dores no corpo e crises de ansiedade.
O esgotamento vai se acumulando silenciosamente, até que a pessoa não consegue mais sustentar sua rotina laboral sem prejuízos à saúde.
O crescimento dessa síndrome entre os trabalhadores está relacionado a diversos fatores, entre eles a intensificação da cobrança por desempenho, a insegurança profissional e a precarização das relações de trabalho.
Profissões que envolvem longas jornadas, metas inalcançáveis ou ausência de pausas têm apresentado taxas cada vez mais altas de burnout. Um exemplo claro desse fenômeno é o dos entregadores por aplicativo.
Apesar da suposta autonomia oferecida por essas plataformas, muitos ciclistas e motociclistas enfrentam jornadas exaustivas, lidam com riscos constantes no trânsito e trabalham sob forte pressão para atingir metas de ganho diário.
A falta de proteção legal e de reconhecimento formal desses profissionais agrava o cenário. A sensação de independência, muitas vezes, esconde uma rotina sem garantias mínimas de descanso, segurança ou remuneração justa — fatores que se tornam gatilhos para o desenvolvimento do burnout.
Como evitar o burnout?
Para evitar que o problema avance, especialistas defendem a implementação de políticas públicas voltadas à saúde mental no trabalho, além da regulação de atividades informais e a conscientização sobre os limites do corpo e da mente.
Identificar os sinais precoces do burnout e buscar apoio psicológico são passos fundamentais para o enfrentamento da síndrome.
Afinal, cuidar da saúde mental não é luxo: é uma necessidade urgente diante de um mundo do trabalho cada vez mais exigente.