De acordo com informações do Banco Central do Brasil (BC), a cotação do dólar é um dos principais termômetros da economia global e, consequentemente, da brasileira. Isso porque a moeda norte-americana funciona como referência para negociações internacionais, reservas cambiais e investimentos em praticamente todo o mundo.
Dessa forma, a oscilação do dólar ao longo do dia não acontece por acaso. Ela reflete uma combinação de fatores econômicos, políticos e até comportamentais, tanto no Brasil quanto no exterior.
Além disso, embora muitos associem essa variação apenas ao impacto nas viagens internacionais, ela vai muito além, afetando desde os preços no supermercado até os investimentos de quem aplica na bolsa.
O que faz o dólar subir ou cair?
O movimento do dólar é, basicamente, uma questão de oferta e demanda. Quando há mais dólares circulando no mercado brasileiro, a tendência é de queda na cotação. Por outro lado, se a procura pela moeda aumenta e a oferta diminui, o preço sobe.
É importante mencionar que fatores como o déficit na balança comercial, quando o Brasil importa mais do que exporta, contribuem diretamente para a alta do dólar. O mesmo acontece quando os brasileiros gastam mais no exterior, elevando a demanda pela moeda, ou quando os juros nos Estados Unidos sobem, tornando os investimentos lá mais atrativos e provocando uma fuga de capitais daqui.
Por outro lado, o dólar tende a cair quando o Brasil registra superávit na balança comercial, atrai mais turistas estrangeiros ou quando os juros brasileiros aumentam, fazendo com que investidores tragam mais dinheiro para o país em busca de melhores rendimentos.
Outro detalhe importante é que, além desses fatores econômicos, questões políticas e eventos internacionais também pesam. Instabilidades políticas no Brasil, por exemplo, podem gerar desconfiança e fazer investidores retirarem recursos do país, pressionando a cotação para cima.
Como a variação do dólar afeta a sua vida?
Vale mencionar que as oscilações da moeda americana impactam diretamente a vida do consumidor brasileiro. Isso porque muitos produtos do dia a dia, como trigo, combustíveis e eletrônicos, têm seus preços atrelados ao dólar.
Quando o dólar sobe, fica mais caro importar matérias-primas e produtos. Com isso, indústrias repassam esse aumento para o consumidor, pressionando a inflação. Isso afeta, por exemplo, o preço do pão, de alimentos industrializados e até dos combustíveis.
Além disso, quem planeja viajar para o exterior sente imediatamente o impacto. O dólar turismo, usado por pessoas físicas para viagens internacionais, geralmente tem uma cotação mais elevada que o dólar comercial, utilizado em negociações entre empresas e instituições financeiras.
Sendo assim, dólar alto encarece as viagens para brasileiros e pode tornar o Brasil mais atrativo para turistas estrangeiros. Já o dólar em queda torna os produtos importados mais acessíveis e reduz custos de viagens para fora.
Outro ponto relevante é o impacto nos investimentos. Empresas exportadoras se beneficiam de um dólar alto, enquanto investidores atentos podem aproveitar quedas na moeda para comprar ativos ligados ao mercado internacional.