Nos últimos dias, as novas regras da Receita Federal para o monitoramento de transferências financeiras, com destaque para o Pix, geraram um intenso debate nas redes sociais. As alterações expandem a fiscalização sobre transações mensais superiores a R$ 5 mil para pessoas físicas e a R$ 15 mil para pessoas jurídicas.
Apesar de o Fisco afirmar que as novas regras são uma atualização para abranger o sistema de pagamentos criado em 2020, a medida gerou apreensão, especialmente entre trabalhadores autônomos e informais, que temem ser incluídos na malha fina.
O governo tem destacado que a fiscalização visa combater grandes sonegadores, enquanto alguns usuários acusam a Receita Federal de violar o sigilo bancário. Contudo, o órgão esclarece que apenas os valores totais movimentados serão reportados, sem informações detalhadas sobre remetentes ou destinos dos recursos.
Declaração do governo
Em um vídeo publicado após realizar uma transferência de R$ 1.013 para uma campanha do Corinthians, o presidente Lula desmentiu os rumores sobre a taxação do Pix, reforçando que a fiscalização tem como objetivo combater práticas ilegais, como a lavagem de dinheiro.
O ministro Fernando Haddad também se manifestou contra a disseminação de desinformações, esclarecendo que não há novos impostos previstos, desmentindo boatos sobre tributações sobre o Pix, a compra de dólar e os animais de estimação.
Receita Federal e o PIX
A Receita Federal informou que as fintechs e instituições de pagamento terão até agosto de 2025 para enviar os dados das transações ao Fisco, com impacto na declaração do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) de 2026.
Trabalhadores que recebem pagamentos via Pix deverão se adaptar, informando seus rendimentos como “outras fontes” ou regularizando suas atividades como microempreendedores individuais (MEI), microempresas ou optando pelo Carnê-Leão.
A medida é considerada um avanço para melhorar a eficiência fiscal, mas enfrenta resistência, especialmente pela percepção de que a classe média será mais impactada. Isso gera debates sobre justiça fiscal e a eficácia das estratégias de comunicação e fiscalização do governo.