A Polícia Federal revelou que está investigando um funcionário da Caixa Econômica Federal por suspeita de envolvimento em um esquema de desvio de dinheiro que teria movimentado, de forma ilegal, R$ 11 milhões de contas de clientes.
Segundo os investigadores, o empregado público realizou transferências por meio do sistema Pix sem o conhecimento ou autorização dos correntistas afetados.
A apuração integra a Operação Inside Threat, deflagrada na semana passada, no contexto de uma ofensiva maior denominada Operação Não Seja Um Laranja, que visa combater fraudes bancárias eletrônicas em todo o país.
Polícia investiga funcionário da Caixa por desvio de R$ 11 milhões
As investigações apontam que o funcionário utilizou seu acesso privilegiado aos sistemas da Caixa para executar as transações de forma dissimulada.
Parte dos valores desviados teria sido enviada para contas bancárias de terceiros e também para plataformas de apostas online, estratégia comum para dificultar o rastreamento dos recursos.
O caso veio à tona após uma auditoria interna da Caixa identificar movimentações suspeitas em contas de clientes.
A instituição notificou as autoridades, dando início à atuação da Polícia Federal, que conseguiu, com autorização judicial, cumprir mandados de busca e apreensão, além de promover o sequestro de bens e a quebra de sigilos bancário, fiscal e eletrônico dos envolvidos.
A operação revelou que os crimes em apuração incluem furto mediante fraude eletrônica, peculato-furto, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e associação criminosa.
Até o momento, o valor total bloqueado judicialmente chega a pouco mais de R$ 11 milhões, montante equivalente às perdas estimadas causadas pela fraude.
Operação que revelou desvio na Caixa ocorre em todo o país
Paralelamente, a Operação Não Seja Um Laranja, da qual a Inside Threat faz parte, tem exposto o crescimento de esquemas que envolvem o uso consciente de “laranjas” — pessoas que cedem ou abrem contas bancárias para receber dinheiro oriundo de fraudes em troca de pagamento.
As autoridades identificaram um aumento expressivo dessa prática nos últimos anos, facilitada por redes que comercializam o uso dessas contas para operações ilegais.
A Polícia Federal e a Polícia Civil do Distrito Federal firmaram um acordo de cooperação técnica para integrar tecnologias e informações na investigação desses crimes.
A ação tem apoio de instituições como a Febraban (Federação Brasileira dos Bancos), a qual a Caixa é vinculada, e associações do setor financeiro e de internet, que buscam barrar o avanço das fraudes eletrônicas no sistema bancário brasileiro.