A murta, uma planta ornamental conhecida por seu perfume agradável e simbolismo cultural, foi recentemente proibida no Mato Grosso do Sul. A decisão foi tomada pelos deputados estaduais em agosto, visando proteger a citricultura local.
A murta é hospedeira de uma bactéria que causa uma das doenças mais destrutivas para plantações de cítricos: o Huanglongbing (HLB), também conhecido como greening.
Diante do impacto econômico e ambiental da doença, a nova legislação proíbe o plantio, comércio, transporte e produção da murta em todo o estado. A medida faz parte de um esforço para evitar a contaminação de pomares e atrair investimentos para o setor agrícola.
Por que essa planta representa um risco?
A murta (Myrtus communis) é uma planta exótica originária do Mediterrâneo e amplamente utilizada como cerca-viva e decoração de jardins. Entretanto, sua popularidade esconde um perigo: ela abriga a bactéria Candidatus Liberibacter spp., responsável pelo greening.
Essa doença afeta laranjeiras, limoeiros e outras árvores cítricas, comprometendo o desenvolvimento dos frutos e tornando as plantações inviáveis. Atualmente, não há cura para o greening, e a única forma eficaz de controle é eliminar as plantas hospedeiras da bactéria.
Com a crescente importância da citricultura no Mato Grosso do Sul, a proibição da murta foi considerada essencial para evitar prejuízos ao setor. A doença já causou impactos severos em outros estados brasileiros e países como os Estados Unidos, resultando em perdas milionárias.
O impacto da proibição
Além de proteger a agricultura, a nova lei afeta diretamente o comércio de plantas ornamentais. A murta era muito procurada por seu aroma semelhante ao da dama-da-noite e sua versatilidade no paisagismo. Agora, os comerciantes precisam se adaptar e oferecer alternativas aos clientes.
Plantas como quaresmeira, mini-ipês e samambaias estão entre as opções indicadas por especialistas para substituir a murta. Essas espécies são fáceis de cultivar e não representam risco para os pomares.
Vale mencionar que, com a proibição em vigor, a Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Semadesc) será responsável pela fiscalização e implementação de um plano para erradicar a murta no estado. Isso inclui a substituição da planta em áreas urbanas e rurais, além de campanhas de conscientização sobre os riscos do greening.
Outro detalhe importante é que a proibição da murta reforça a necessidade de equilíbrio entre paisagismo e segurança agrícola. Embora a planta tenha valor ornamental e cultural, seu impacto negativo sobre a produção de cítricos justifica a medida restritiva.