O Governo Federal está avaliando a substituição do cartão de vale-refeição por transferências diretas via Pix, uma medida que busca reformular a forma como os trabalhadores recebem os benefícios do Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT). A proposta consiste em efetuar os pagamentos diretamente nas contas dos trabalhadores, sem restrição quanto ao banco ou instituição financeira.
Essa alteração visa diminuir os custos operacionais impostos pelas empresas que gerenciam o sistema de vale-refeição e vale-alimentação, as quais, ao cobraram taxas dos estabelecimentos comerciais, acabam desviando uma parte dos recursos que deveriam ser integralmente destinados aos beneficiários.
Vale-refeição no PIX
O novo modelo de pagamento via Pix está sendo avaliado como parte das ações do governo para minimizar os impactos da inflação nos preços dos alimentos, especialmente sobre a população de baixa renda. Com o aumento nos custos, a administração busca alternativas para garantir que o poder de compra das famílias mais vulneráveis não seja ainda mais prejudicado. A medida também tem como objetivo evitar que os recursos sejam parcialmente retidos pelas empresas responsáveis pelos cartões de benefícios.
A proposta está sendo debatida pela equipe econômica, incluindo os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Luiz Marinho (Trabalho), além de técnicos que estão analisando a viabilidade das mudanças. Como a reformulação do PAT exige ajustes legislativos, a expectativa é que uma proposta inicial para regulamentação seja apresentada nos próximos 30 dias.
Opiniões contrárias
A proposta, no entanto, tem gerado polêmica, especialmente entre os representantes do setor de cartões, que defendem que o modelo atual facilita o controle do uso do benefício e incentiva hábitos alimentares mais saudáveis.
A Associação Brasileira das Empresas de Benefícios ao Trabalhador (ABBT) se manifestou contra a mudança, argumentando que a medida transformaria o benefício em uma forma de salário, o que acarretaria custos adicionais com encargos trabalhistas e fiscais.
A ABBT também expressou preocupações sobre o possível desvio de finalidade, alertando que parte dos recursos pagos em dinheiro poderia ser utilizada para despesas que não envolvem alimentação.