O Papa Francisco, de 88 anos, segue internado no Hospital Gemelli, em Roma, desde o dia 14 de fevereiro, enfrentando um quadro grave de pneumonia nos dois pulmões.
Mas é importante mencionar que a decisão de divulgar boletins médicos diários sobre sua condição de saúde representa uma quebra de protocolo dentro do Vaticano, onde tradicionalmente há um alto nível de sigilo sobre o estado de saúde dos pontífices.
Vaticano rompe tradição e divulga estado de saúde do papa
O pedido partiu do próprio Papa Francisco, conforme confirmado pela assessoria de imprensa da Santa Sé. De acordo com o médico Sergio Alfieri, responsável pelo tratamento do pontífice, o papa determinou que as informações fossem divulgadas “sem reter nada”, permitindo que os fiéis ao redor do mundo acompanhassem sua recuperação.
Esse nível de transparência é incomum na história do Vaticano, que historicamente adota uma postura reservada em relação à saúde dos papas. Em casos anteriores, como com João Paulo II e Bento XVI, as informações eram divulgadas de forma esporádica e sem muitos detalhes.
Com Francisco, o Vaticano emite boletins diários detalhados, informando sobre sua evolução clínica, exames realizados e até mesmo atividades que o papa continua desempenhando dentro do hospital.
Além da pneumonia bilateral, os boletins informaram que o papa enfrentou uma insuficiência renal leve nos últimos dias, que já foi controlada. Ele segue recebendo oxigênio de alto fluxo e, apesar da gravidade do quadro, apresentou melhora nos exames mais recentes.
Internação prolongada e preocupação mundial
Outro detalhe importante é que esta é a internação mais longa de Francisco em seus quase 12 anos de papado. Antes disso, ele já havia sido hospitalizado em 2023 para tratar uma bronquite e, no final do mesmo ano, precisou cancelar compromissos por conta de outra infecção respiratória.
O impacto dessa internação no pontificado do Papa Francisco é significativo. Ele não pôde realizar sua oração dominical na Praça de São Pedro nem participar da missa especial dedicada ao Ano do Jubileu.
Mesmo assim, demonstrou resiliência ao continuar acompanhando os trabalhos da Igreja Católica diretamente do hospital e até recebeu visitas de líderes políticos, como a primeira-ministra italiana Giorgia Meloni.
Vale mencionar que o papa sempre se mostrou aberto a discutir sua saúde com o público. Em entrevistas anteriores, ele afirmou que poderia renunciar ao cargo caso não tivesse mais condições de governar a Igreja, seguindo o exemplo de seu antecessor, Bento XVI.