O outono de 2025 chega com uma previsão diferente em relação aos fenômenos climáticos dos últimos anos. Sem a presença de La Niña ou El Niño, o Brasil atravessa um período de neutralidade climática, o que promete mudanças no padrão de chuvas e nas temperaturas em diversas regiões do país.
Durante os últimos anos, fenômenos como El Niño e La Niña dominaram as previsões meteorológicas, causando alterações significativas nas chuvas e nas temperaturas em várias regiões. O fenômeno El Niño (caracterizado pelo aquecimento das águas do Oceano Pacífico) e o La Niña (associado ao resfriamento dessas águas) costumam ter grande influência sobre o clima, alterando o padrão climático global.
No entanto, neste outono, o planeta entra em um período de neutralidade climática, onde nenhum desses fenômenos está ativo. As temperaturas dos oceanos estão variando de forma moderada (entre -0,4ºC e 1,4ºC), o que indica uma maior estabilidade e previsibilidade nas condições climáticas.
Essa fase de neutralidade altera a dinâmica atmosférica, favorecendo o desenvolvimento de outros fenômenos, como o aquecimento das águas do Oceano Atlântico próximo à Bacia do Prata. Esse fenômeno tem grande influência nas chuvas nas regiões Sul e Sudeste, onde a expectativa é de um outono mais seco do que o normal.
Temperaturas acima da média e menos ondas de calor
Embora o outono seja geralmente uma estação de transição com temperaturas mais amenas, as previsões indicam que este ano as temperaturas devem se manter acima da média em diversas regiões, especialmente nas áreas Centro-Oeste e Sudeste. Isso ocorre devido ao aquecimento global, que tem provocado uma elevação constante das temperaturas médias nos últimos anos.
A boa notícia é que, apesar das temperaturas mais altas, não há previsão de ondas de calor tão intensas e generalizadas como as observadas no verão de 2025. Segundo os meteorologistas, o outono terá um clima menos extremo, mas ainda assim, as temperaturas podem ultrapassar os 30ºC em algumas regiões, especialmente no Centro-Oeste.
Em cidades como São Paulo, a média de temperaturas no outono gira em torno de 12,4ºC a 27,4ºC, com algumas quedas pontuais mais baixas devido à chegada de massas de ar frio vindas do sul do continente. A amplitude térmica (diferença entre as temperaturas mínima e máxima) será um dos marcos dessa estação, com temperaturas variando muito ao longo do dia.
Menos chuvas e maior secura em regiões estratégicas
Outro efeito importante da neutralidade climática será a redução das precipitações em várias partes do Brasil. Segundo especialistas, os volumes de chuva devem ser abaixo da média em estados como São Paulo, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul. O fenômeno que causa essa diminuição das chuvas está ligado ao aquecimento das águas do Oceano Atlântico, que afeta diretamente as condições de umidade no continente.
A falta de chuvas nas regiões Sul e Sudeste será um dos principais desafios deste outono. O fenômeno de secas prolongadas pode afetar a agricultura e aumentar o risco de incêndios em áreas mais secas. Ao mesmo tempo, a umidade relativa do ar deve cair, o que pode gerar desconforto e problemas respiratórios, especialmente para a população mais vulnerável.
Fenômenos climáticos adversos
Apesar da previsão de temperaturas amenas e chuvas abaixo da média, o outono também pode trazer alguns fenômenos climáticos adversos. A ocorrência de ciclones extratropicais (sistemas de baixa pressão que causam ventos fortes) tende a aumentar, especialmente nas regiões Sul e Sudeste. Esses ciclones podem gerar rajadas de vento de até 100 km/h, além de ressacas no litoral, afetando as comunidades costeiras.
Além disso, o outono marca a chegada dos primeiros episódios de geadas no Sul e em algumas partes do Sudeste, além de nevoeiros nas regiões mais frias do Centro-Oeste e Sudeste. Em algumas áreas serranas do Sul, também é possível que ocorram nevascas e eventos de friagem no Norte do país, que podem impactar o clima local e as atividades econômicas.
Por isso, é fundamental acompanhar as previsões meteorológicas para se preparar para eventuais mudanças abruptas no clima e minimizar os impactos na sociedade e no meio ambiente.