Em setembro de 2023, um megatsunami atingiu a Groenlândia após um deslizamento de terra no Fiorde Dickson, gerando ondas sísmicas detectadas a até 5.000 km de distância.
Vale mencionar qu, de acordo com um estudo publicado no The Seismic Record, pesquisadores do Centro Alemão de Geociências (GFZ) identificaram sinais sísmicos de alta intensidade logo após o impacto, seguidos por um efeito prolongado que perdurou por mais de uma semana.
Efeito global das ondas sísmicas
Vale mencionar que o isolamento da região evitou vítimas, mas a força do tsunami destruiu uma unidade militar localizada na Ilha Ella. Os pesquisadores utilizaram registros sísmicos e imagens de satélite para rastrear a origem do evento, confirmando que um grande deslizamento de rochas e gelo foi responsável pelo tsunami.
A análise apontou que a onda atingiu 200 metros de altura no ponto de impacto, o equivalente a um prédio de quase 70 andares.
Outro detalhe importante é que a oscilação das águas causada pelo megatsunami gerou um fenômeno chamado “seiche”, caracterizado por ondas estacionárias que permaneceram no fiorde por vários dias. O sinal sísmico de longa duração chamou a atenção dos especialistas, pois foi registrado em escalas globais e regional por até sete dias após o evento.
Mudanças Climáticas aumenta riscos de novos megatsunamis
É importante mencionar que cientistas alertam para a relação entre o derretimento de geleiras e a ocorrência de deslizamentos de terra, aumentando a possibilidade de megatsunamis no futuro. Isso porque a instabilidade de encostas rochosas e geleiras é agravada pelo aquecimento global.
Um estudo publicado pela Organização das Nações Unidas (ONU) destaca que um aumento de 2°C na temperatura do planeta pode acelerar o derretimento da Groenlândia e da Antártida, ampliando os riscos de desastres naturais.
Com isso, eventos semelhantes já foram registrados na região. Em 2017, um deslizamento de terra no Fiorde Karrat gerou um tsunami que destruiu a vila de Nuugaatsiaq, deixando quatro mortos. Sendo assim, o monitoramento constante e o desenvolvimento de estratégias de prevenção tornam-se fundamentais para minimizar impactos futuros.