Circulam cada vez mais nas redes sociais promessas exageradas sobre óleos essenciais, frequentemente divulgados como cura para doenças sérias, como Alzheimer, autismo e herpes. Contudo, essas afirmações carecem de comprovação científica.
Extraídos de plantas, os óleos essenciais são vendidos em pequenos frascos com variados aromas. Embora possam ser utilizados como complemento em algumas práticas terapêuticas, seu uso como tratamento médico não é validado por órgãos reguladores.
Propaganda enganosa dos óleos essenciais
A doTerra é uma das marcas mais populares no setor de óleos essenciais, com produtos comercializados por valores entre R$ 60 e R$ 300. Apesar de afirmar que proíbe seus consultores de fazer alegações terapêuticas, muitos revendedores promovem os óleos nas redes sociais como soluções para doenças graves. Essa prática pode levar consumidores a utilizarem os produtos com expectativas irreais, muitas vezes sem acompanhamento médico.
A empresa opera por meio de um modelo de marketing direto, no qual consultores independentes são responsáveis pela divulgação e venda dos produtos. No topo dessa hierarquia está um seleto grupo conhecido como “clube dos fundadores”, formado por revendedores que alcançaram altos volumes de vendas. Alguns desses líderes compartilham informações enganosas, sugerindo que os óleos essenciais possuem benefícios no tratamento de problemas como enxaqueca e Alzheimer.
Cosméticos não curam
Segundo a Anvisa, os óleos essenciais da doTerra são classificados como cosméticos, e não como medicamentos. Para que um produto receba essa certificação no Brasil, é necessário passar por um processo rigoroso de regulamentação e comprovação científica, algo que não foi realizado no caso dos produtos da empresa.
A eficácia da aromaterapia ainda é controversa, pois faltam estudos robustos que comprovem seus benefícios. Especialistas, ouvidos pelo Viva Bem (UOL), afirmam que essa prática deve ser vista como um complemento para o bem-estar, auxiliando no controle do estresse e das emoções, mas nunca como um tratamento único ou curativo. O Ministério da Saúde a reconhece como uma terapia integrativa, desde que usada em conjunto com outras abordagens médicas.