Nos tempos atuais, em que o Brasil atravessa uma crise econômica, muitas pessoas buscam formas de reduzir seus gastos mensais. Dentre as várias alternativas que surgem, uma delas é a suspensão do pagamento do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).
Esse comportamento tem sido observado desde 2020, quando houve uma queda de 3% na arrecadação do órgão, reflexo da decisão de alguns contribuintes de interromper suas contribuições. Contudo, essa escolha pode trazer consequências.
O Instituto Nacional do Seguro Social é um órgão vinculado ao Ministério da Previdência Social, responsável por administrar o sistema de seguridade social no Brasil. Esse sistema garante benefícios como aposentadoria, auxílio-doença, pensão por morte, entre outros, a trabalhadores que contribuem mensalmente para a Previdência Social.
A função do INSS é garantir que os trabalhadores e suas famílias tenham uma rede de proteção em casos de eventos como:
- Doença
- Acidente
- Gravidez
- Prisão
- Morte
- Velhice
A contribuição para o INSS é obrigatória para a maioria dos trabalhadores, seja com vínculo empregatício formal, seja de forma individual. Para quem deseja manter a cobertura e usufruir dos benefícios do INSS, é essencial realizar essas contribuições mensalmente.
O que acontece se eu parar de contribuir para o INSS?
Quando um contribuinte deixa de pagar o INSS, ele pode perder os direitos aos benefícios oferecidos pelo órgão. Contudo, essa perda não ocorre imediatamente, e existe uma carência de tempo após o término das contribuições para que isso aconteça.
De acordo com o artigo 15 da Lei 8.213/91, existem diferentes prazos para a perda da qualidade de segurado, que variam conforme a situação do trabalhador:
- Até 12 meses após a cessação das contribuições, o segurado mantém sua qualidade de segurado, mesmo sem exercer atividade remunerada, desde que não tenha contribuído por mais de 12 meses consecutivos e sem interrupção.
- Para trabalhadores facultativos, o prazo é de 6 meses após a cessação das contribuições.
Exceção para contribuições anteriores: Se o trabalhador tiver pago mais de 120 contribuições seguidas, o prazo para a perda do status de segurado pode ser estendido para até 24 meses.
Durante os prazos mencionados, o contribuinte ainda tem direito a todos os benefícios oferecidos pela Previdência Social. A perda da qualidade de segurado ocorre apenas no dia seguinte ao término do prazo de contribuição, e não de imediato.
Quem precisa pagar e como?
A contribuição para o INSS é obrigatória para aqueles que exercem atividade remunerada, independentemente de serem empregados formais, autônomos ou trabalhadores rurais. Existem diferentes tipos de contribuintes e formas de contribuição:
- Empregados formais: Têm a contribuição descontada diretamente na folha de pagamento pela empresa.
- Empregados domésticos: A contribuição é feita pelo empregador, como ocorre com os empregados formais.
- Contribuintes individuais: Trabalhadores autônomos ou que atuam por conta própria fazem o pagamento diretamente ao INSS.
- Segurados especiais: Incluem trabalhadores rurais, pescadores artesanais e outros que, embora não possuam vínculo empregatício, são obrigados a contribuir para o INSS.
Posso pagar o INSS atrasado?
Sim, dependendo da categoria do contribuinte, é possível regularizar contribuições em atraso, com algumas exceções.
- Contribuinte facultativo: Quem não exerce atividade remunerada, mas contribui para garantir a cobertura previdenciária, não pode pagar INSS em atraso. Exceção: o trabalhador desempregado pode pagar as contribuições retroativas enquanto recebe o seguro-desemprego.
- Contribuinte individual: Caso o trabalhador autônomo ou freelancer não tenha contribuído por algum tempo, é possível regularizar a situação pagando as contribuições em atraso, desde que ainda esteja dentro do prazo de prescrição.
- Segurado especial: Trabalhadores rurais e outras categorias precisam pagar contribuições anteriores para garantir a aposentadoria no futuro. Para isso, devem regularizar sua situação e pagar os atrasados.
Posso pagar o INSS do período em que fiquei desempregado?
Sim! Se o contribuinte ficou desempregado, mas deseja garantir seus direitos à aposentadoria e outros benefícios, ele pode pagar o INSS retroativo. Para isso, é necessário gerar a guia de pagamento no site do INSS ou preencher manualmente os carnês disponíveis em papelarias.
O pagamento deve ser feito até o dia 15 de cada mês, mas em casos de feriado ou final de semana, pode ser feito no dia útil seguinte.
Consequências de não pagar o INSS
Deixar de contribuir para o INSS pode parecer uma solução imediata para economizar recursos, mas a longo prazo pode representar a perda de direitos importantes. A principal consequência é a falta de acesso à aposentadoria e aos benefícios de incapacidade, como o auxílio-doença.
Além disso, o contribuinte que não mantém sua regularidade poderá ter dificuldades financeiras no futuro, caso precise de algum benefício emergencial ou de longo prazo.
Embora parar de pagar o INSS possa parecer uma maneira de economizar, a longo prazo, essa decisão pode trazer sérios prejuízos, principalmente em termos de benefícios previdenciários futuros. A perda dos direitos pode ocorrer após um certo período de não contribuição, mas é possível regularizar a situação pagando contribuições em atraso, dependendo da categoria do trabalhador.