Pesquisas recentes apontam uma ligação direta entre a perda do olfato em pessoas idosas e o avanço do declínio cognitivo.
Ao contrário do que muitos pensam, esse sentido não é apenas um complemento à experiência de saborear alimentos ou sentir perfumes: ele desempenha um papel importante na manutenção das funções cerebrais.
E a boa notícia é que, diferentemente de outras habilidades que se perdem com o tempo, o olfato pode ser exercitado e reabilitado com estímulos simples, oferecendo aos idosos uma nova ferramenta para preservar a saúde mental.
O olfato pode melhorar muito a saúde do seu cérebro
O olfato é o sentido responsável por detectar partículas químicas no ar e transformá-las em sinais elétricos interpretados pelo cérebro.
Essa capacidade está intimamente ligada ao sistema límbico, área cerebral responsável pelas emoções e pela memória. Por isso, estímulos olfativos têm o poder de evocar lembranças e sentimentos com mais intensidade do que estímulos visuais ou auditivos.
No envelhecimento, no entanto, é comum haver uma redução na sensibilidade olfativa, o que pode comprometer não apenas o prazer de viver certas experiências, mas também a capacidade cognitiva.
Estudos mostram que a perda gradual do olfato não deve ser subestimada. Especialistas alertam que ela pode ser um dos primeiros sinais de alterações neurológicas, como as que ocorrem no Alzheimer.
Mais do que um sintoma, o comprometimento do olfato pode ser um fator que contribui para o enrijecimento das conexões cerebrais.
A ausência de estímulo olfativo reduz a atividade em regiões responsáveis pela memória, pela orientação espacial e pela atenção, acelerando o processo de declínio mental.
Como idosos podem treinar olfato para manter a boa saúde do cérebro?
Diante desse cenário, cientistas têm investigado formas práticas de ativar o olfato em idosos. Uma das estratégias envolve o uso de ambientes de realidade virtual, nos quais os participantes exploram espaços interativos guiados por aromas diversos.
A experiência, além de lúdica, exige foco, comparação de cheiros e tomada de decisão – elementos que ativam áreas essenciais do cérebro.
Mas o treino olfativo também pode ser feito em casa, com frascos de essências, ervas, temperos ou frutas. A proposta é simples: sentir, identificar e memorizar os cheiros com frequência.
Incorporar o estímulo ao olfato na rotina diária, mesmo com ações pequenas, pode ser um caminho poderoso para manter a mente ativa e a memória em bom estado. Afinal, treinar o nariz também é cuidar do cérebro.