O consumo global de milho não para de crescer, puxado principalmente pelo aumento da demanda na alimentação humana, na produção de ração animal e no uso industrial. No entanto, a produção atual do cereal tem sido insuficiente para atender esse ritmo.
Diante desse cenário, especialistas do mercado agrícola alertam: o milho disponível nas prateleiras e nos armazéns pode “acabar” nos primeiros meses de 2026.
Essa escassez, é claro, não significa o fim do grão em si, mas sim o esgotamento dos estoques da safra em curso antes da chegada da próxima colheita. E com o intervalo entre o consumo e a produção se estreitando, o mercado projeta uma alta duradoura nos preços.
O milho vai acabar no mundo em apenas 6 meses
A safra atual nos Estados Unidos, um dos maiores produtores globais, tem potencial para ser volumosa, mas ainda enfrenta incertezas climáticas e eventuais ajustes na área plantada.
No Brasil, a colheita da segunda safra está em andamento e as estimativas superam 100 milhões de toneladas. Apesar dos números expressivos, o consumo mundial deve ultrapassar a produção, mantendo o planeta em déficit.
Segundo dados recentes do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), a safra 2024/25 fechará com um desequilíbrio de mais de 30 milhões de toneladas entre o que é produzido e o que é consumido.
E para 2025/26, mesmo com uma produção esperada ainda maior, a diferença deverá persistir — sinal de que o problema é estrutural. Esse descompasso constante entre oferta e demanda indica que os estoques globais continuarão baixos.
Países como a China, que possuem reservas consideráveis, têm reduzido seus volumes estocados, o que pode levá-los de volta ao mercado importador em breve. Isso aumentaria ainda mais a pressão sobre a oferta internacional.
Escassez de milho deve impactar Brasil no início de 2026
O impacto dessa situação será global, e o Brasil, mesmo sendo um dos maiores exportadores de milho, não estará imune.
O mercado interno deve consumir mais de 90 milhões de toneladas em 2025, e as exportações precisarão ser expressivas para escoar o excedente da colheita.
No entanto, com estoques nacionais que cobrem apenas cerca de dois meses de consumo, qualquer atraso na nova safra pode gerar escassez temporária e impulsionar os preços internamente.
Se as projeções se confirmarem, o mundo pode atravessar um primeiro semestre de 2026 com milho escasso e preços em alta, marcando um novo ciclo de valorização do cereal.