Um estudo publicado na Astronomical Journal, com apoio de instituições científicas internacionais, reacende a discussão sobre a existência de um nono planeta no Sistema Solar.
Vale mencionar que a pesquisa, liderada pelo cientista brasileiro Patryk Sofia Lykawka, da Universidade Kindai (Japão), em parceria com o japonês Takashi Ito, do Observatório Astronômico Nacional do Japão, propõe a existência de um planeta com massa entre 1,5 e 3 vezes a da Terra, localizado além da órbita de Netuno, na região conhecida como Cinturão de Kuiper.
Planeta hipotético explicaria anomalias gravitacionais
Vale mencionar que a possibilidade de um novo planeta no Sistema Solar não é recente. Desde 2016, cientistas como Mike Brown e Konstantin Batygin, do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech), sugerem que a influência gravitacional de um corpo massivo ainda não observado poderia justificar órbitas incomuns de objetos transnetunianos (TNOs).
Agora, o estudo liderado por Lykawka reforça essa hipótese com simulações detalhadas de evolução planetária.
De acordo com o novo modelo, a presença de um planeta com órbita distante, entre 200 e 800 unidades astronômicas do Sol, explica melhor a distribuição de objetos gelados no Cinturão de Kuiper e até mesmo na Nuvem de Oort.
Isso porque, ao longo de bilhões de anos, a gravidade desse possível planeta teria moldado a arquitetura do Sistema Solar exterior como se conhece hoje.
Descoberta pode alterar definição de planeta
É importante mencionar que a inclusão de um novo planeta no Sistema Solar traria impactos significativos para a astronomia moderna. Desde a reclassificação de Plutão como planeta anão pela União Astronômica Internacional (UAI) em 2006, a definição oficial de “planeta” tem sido tema de debates.
A confirmação da existência desse nono planeta exigiria não apenas uma revisão dessa definição, como também uma nova compreensão da formação e dinâmica dos sistemas planetários.
Outro detalhe importante é a dificuldade de observação direta do planeta. Situado em uma região remota e com possível órbita extremamente alongada, o corpo celeste escapa da maioria dos telescópios atuais, o que torna sua detecção um desafio técnico. Apesar disso, novos instrumentos, como os telescópios da próxima geração e missões espaciais, podem em breve oferecer pistas mais concretas.