O Ministério da Justiça da França anunciou a construção de uma prisão de segurança máxima em seu território ultramarino da Guiana Francesa, com previsão de inauguração até 2028. Vale mencionar que o complexo será erguido em uma área remota de floresta amazônica, na cidade de Saint-Laurent-du-Maroni, próxima à fronteira com o Suriname e o Brasil.
Dessa forma, o principal objetivo é conter o avanço do crime organizado e isolar líderes de tráfico de drogas e extremistas islâmicos.
A iniciativa faz parte de uma estratégia nacional mais ampla contra a violência penitenciária e o narcotráfico, diante da crescente atuação de gangues dentro e fora do sistema carcerário francês.
Avaliado em cerca de € 400 milhões (cerca de R$ 2,5 bilhões), o projeto prevê uma estrutura moderna com capacidade para 500 detentos, incluindo 15 vagas específicas para condenados por terrorismo.
Prisão tem isolamento estratégico na Amazônia
De acordo com informações divulgadas pelo Ministério da Justiça da França, o novo presídio será o terceiro de segurança máxima do país e contará com um regime prisional extremamente rígido. Isso porque a proposta é desarticular os chefes do tráfico logo no início da cadeia logística, impedindo que mantenham contato com suas redes criminosas.
A localização foi escolhida de forma estratégica, uma vez que a Guiana Francesa é considerada um ponto de passagem fundamental no tráfico de entorpecentes, principalmente oriundos do Brasil e do Suriname.
A cidade de Saint-Laurent-du-Maroni, inclusive, já possui histórico no sistema penal francês, tendo sido porta de entrada da antiga colônia penal da Ilha do Diabo, desativada em 1954.
Além disso, o presídio contará com bloqueadores de sinal, drones de vigilância, visitas restritas e monitoramento ininterrupto, buscando eliminar qualquer possibilidade de comunicação com o exterior.
Resposta à superlotação e à escalada da violência nas prisões
Outro detalhe importante é que a construção da nova prisão também representa uma resposta direta à superlotação carcerária na Guiana Francesa. A atual unidade de Rémire-Montjoly, próxima à capital Cayenne, opera com 1.100 detentos para apenas 600 vagas, índice que representa uma densidade de ocupação de 134,7%, conforme dados oficiais de 2024.
Com isso, o governo francês busca não apenas desafogar o sistema prisional local, mas também oferecer uma estrutura que atenda às demandas da futura cidade judicial da região, que incluirá um novo tribunal.