Visualize um futuro em que o ar-condicionado, famoso pelo elevado consumo de energia e pelos danos ambientais, seja substituído por uma solução mais eficiente e ecológica. Embora pareça algo distante, a startup francesa Caeli Energie está tornando essa visão uma realidade. Fundada em 2020, a empresa firmou uma parceria com o Centro Nacional Francês de Pesquisa Científica (CNRS) para criar uma tecnologia de resfriamento inovadora.
A Caeli Energie desenvolveu um sistema de ar-condicionado inovador, que dispensa o uso de gases refrigerantes e a instalação de uma unidade externa, ao mesmo tempo em que consome até cinco vezes menos energia do que os modelos tradicionais. Esse progresso é notável, principalmente quando comparado aos aparelhos convencionais, que utilizam gases danosos ao meio ambiente.
Novo ar-condicionado
A tecnologia da Caeli Energie apresenta um sistema de ar-condicionado altamente eficiente, com desempenho até quatro vezes melhor que os modelos tradicionais, capaz de climatizar espaços de 20 a 40 metros quadrados. Esse aparelho não só diminui o consumo de energia e as emissões de carbono em até 80%, mas também é fabricado com materiais recicláveis, o que facilita sua manutenção.
Em outubro de 2023, a startup recebeu um aporte de 10 milhões de euros para impulsionar a expansão de sua inovação. Com o passar do tempo, a expectativa é que o preço do aparelho, atualmente entre 2.500 e 3.000 euros, se torne mais acessível. Além disso, o modelo se destaca por não utilizar gases refrigerantes, reduzindo consideravelmente seu impacto ambiental.
Refrigeração e meio ambiente
O ar-condicionado proporciona alívio no calor, mas também eleva os custos de energia e contribui para o aquecimento global, devido ao consumo elevado e ao uso de gases refrigerantes como os HFCs. Atualmente, há 3,6 bilhões de unidades em funcionamento globalmente, e a previsão é de que a demanda triplique até 2050. No Brasil, 65% dos aparelhos comercializados são de modelos mais eficientes e de última geração.
A utilização de materiais de construção mais adequados e o aumento da arborização nas cidades podem diminuir a dependência de sistemas de refrigeração. Além disso, a eficiência dos aparelhos está ligada ao uso adequado, que pode ser monitorado pela Etiqueta Nacional de Conservação de Energia (ENCE). O Inmetro prevê uma redução significativa no consumo de energia até 2035.