Um dos maiores mistérios do Sistema Solar acaba de ganhar uma nova perspectiva. Cientistas descobriram que Urano, o planeta mais frio do nosso sistema, emite mais calor do que se pensava.
Estudos recentes indicam que ele libera entre 12,5% e 15% mais energia do que recebe do Sol, uma informação que desafia os dados obtidos pela sonda Voyager 2, em 1986.
A descoberta levanta novas questões sobre a estrutura e a evolução do planeta, surpreendendo astrônomos ao redor do mundo.
Nova descoberta sobre o Urano deixou a ciência sem palavras
A sonda Voyager 2, lançada pela NASA em 1977, foi a única a passar por Urano até hoje. Quando chegou ao planeta em janeiro de 1986, a sonda registrou temperaturas extremamente baixas, em torno de -224ºC, e não detectou qualquer emissão significativa de calor interno.
Isso fez de Urano um caso peculiar entre os gigantes gasosos, já que Júpiter, Saturno e Netuno irradiam muito mais calor do que recebem do Sol.
Durante décadas, a hipótese predominante era a de que o planeta havia perdido grande parte de seu calor interno devido a um evento catastrófico ocorrido em sua juventude.
Agora, no entanto, novas análises indicam que a Voyager 2 pode ter feito medições em um momento atípico. O planeta leva 84 anos para completar uma volta ao redor do Sol e, na época da visita da sonda, estava próximo do solstício.
Os estudos mais recentes analisaram dados coletados em diferentes momentos ao longo da órbita de Urano, permitindo uma visão mais ampla e detalhada.
Utilizando telescópios modernos e registros históricos, os cientistas concluíram que a emissão de calor do planeta havia sido subestimada.
Uma nova missão até Urano passa a ser necessária
A descoberta reforça a necessidade de uma nova missão dedicada a Urano. Com apenas um único sobrevoo realizado há quase quatro décadas, ainda há muitas incertezas sobre sua composição e seu comportamento térmico.
Além disso, o fato de Urano girar praticamente de lado, com uma inclinação axial de 98 graus, pode ter um papel fundamental na forma como ele retém e libera calor.
A revelação de que Urano não é tão “frio” quanto se pensava pode alterar a compreensão sobre sua evolução e até influenciar a busca por exoplanetas semelhantes.
Os pesquisadores esperam que essas descobertas incentivem novas explorações espaciais, permitindo respostas mais precisas sobre a natureza desse misterioso gigante gelado.