Desde seu lançamento em 2020, a nota de R$ 200 tem sido vista raramente no dia a dia dos brasileiros. Criada pelo Banco Central para suprir uma demanda maior por dinheiro físico durante a pandemia, a cédula com o lobo-guará estampado não se popularizou.
Agora, mudanças na regulamentação do Pix podem alterar esse cenário e aumentar sua circulação dessas notas quase nunca utilizadas pela maioria do povo.
Nota de R$ 200 pode entrar em circulação por causa do PIX
A nova medida do Banco Central busca restringir o uso de chaves Pix irregulares, incluindo aquelas ligadas a cadastros fraudulentos ou que não seguem as exigências do sistema financeiro.
Com isso, parte das transações feitas digitalmente pode ser forçada a migrar para o dinheiro em espécie, impulsionando a demanda por cédulas de maior valor.
Especialistas apontam que essa mudança pode fazer com que a nota de R$ 200 se torne mais comum no comércio e em transações de alto valor realizadas fora do sistema bancário.
O Banco Central estima que, das quase 850 milhões de chaves Pix atreladas a pessoas físicas, cerca de 8 milhões apresentam algum tipo de irregularidade. Além disso, mais de 3 milhões dessas chaves pertencem a pessoas falecidas.
No setor empresarial, aproximadamente 1,2 milhão de chaves também estão em desconformidade com os registros da Receita Federal. O objetivo da nova regulamentação é eliminar esses cadastros e fortalecer a segurança das transações eletrônicas.
Para quem opera fora do sistema financeiro formal, como integrantes do mercado informal e criminosos que utilizam o Pix para movimentar dinheiro de origem ilícita, as novas restrições dificultam o uso desse meio de pagamento.
Sem uma alternativa digital legalizada, a solução será recorrer ao dinheiro vivo. É nesse contexto que a nota de R$ 200 pode ganhar relevância.
Mundo tem eliminado notas altas, como a de R$ 200
Apesar da possibilidade de maior circulação da cédula de R$ 200, a tendência global tem sido a eliminação de notas de alto valor.
Países como Estados Unidos e União Europeia reduziram ou retiraram de circulação cédulas grandes para combater crimes financeiros.
No Brasil, a nota de R$ 200 sempre foi questionada por especialistas que defendem que ela facilita atividades ilícitas, como lavagem de dinheiro. Com as novas regras do Pix, a moeda pode se tornar mais presente no dia a dia.
Resta saber se essa maior circulação será suficiente para justificar sua existência ou se, no longo prazo, seguirá o caminho de extinção das grandes cédulas adotado por outros países.