Pesquisadores da Universidade do Texas, em Austin, estão criando uma tecnologia revolucionária capaz de identificar sinais de burnout e sobrecarga mental em trabalhadores antes mesmo que os sintomas se manifestem. A proposta é uma tatuagem eletrônica temporária, aplicada no rosto, que monitora a atividade cerebral e ocular do usuário durante suas atividades diárias.
Essa inovação oferece um método objetivo e constante para acompanhar a carga cognitiva, superando as limitações dos procedimentos tradicionais, que geralmente dependem de questionários subjetivos e avaliações realizadas após o surgimento dos sintomas. Com essa tecnologia, será possível detectar precocemente o desgaste mental e agir antes que ele comprometa a saúde e o desempenho dos trabalhadores.
Análises da tatuagem eletrônica
A tatuagem eletrônica é composta por sensores finos e flexíveis que empregam técnicas de eletroencefalografia (EEG) para captar os impulsos elétricos do cérebro, além de eletrooculografia (EOG) para monitorar os movimentos oculares. Esses sensores são aplicados diretamente na pele do rosto, ajustando-se perfeitamente para garantir conforto e alta precisão na coleta dos dados.
Essa solução é muito mais prática e acessível do que os capacetes tradicionais usados para medir essas mesmas atividades, que são volumosos, caros — podendo chegar a 15 mil dólares — e desconfortáveis para uso prolongado. A tatuagem eletrônica tem um custo estimado de cerca de 220 dólares, o que possibilita seu uso frequente, inclusive em casa.
Em testes realizados com seis participantes submetidos a desafios de memória de dificuldade progressiva, os pesquisadores identificaram alterações nas ondas cerebrais que indicam aumento da carga cognitiva e sinais de fadiga mental. A partir dessas informações, foi criado um modelo computacional capaz de estimar e até prever a tensão mental do usuário.
Identificação do burnout
Essa inovação apresenta grande importância para ocupações que demandam atenção intensa, como controladores de tráfego aéreo e motoristas de caminhão, onde o excesso de esforço mental pode resultar em sérios perigos.
De acordo com os pesquisadores, o acompanhamento constante da saúde mental dos colaboradores pode revolucionar a forma como as empresas promovem o bem-estar de seus times, procurando manter um equilíbrio ideal entre produtividade e saúde, conceito conhecido como “zona cognitiva de Goldilocks”.
