A Agência Nacional de Inteligência Geoespacial dos Estados Unidos (NGA) e o Centro Geográfico de Defesa do Reino Unido (DGC) anunciaram recentemente um relatório que destaca o aumento de uma anomalia no campo magnético terrestre, localizada na área correspondente ao Brasil.
A NASA está acompanhando de perto o fenômeno conhecido como Anomalia do Atlântico Sul (AMAS). Esse fenômeno ocorre devido ao enfraquecimento do campo geomagnético da Terra, a proteção natural que funciona como uma barreira contra partículas carregadas provenientes do Sol, incluindo ventos solares e radiações cósmicas. Quando essa defesa se torna menos eficiente, permite a entrada de uma quantidade maior dessas partículas.
Alerta da Nasa
De acordo com o relatório, a anomalia apresentou um aumento de 7% recentemente e está se deslocando gradualmente para o oeste da América do Sul e para o sul do Oceano Atlântico. Apesar de a causa exata desse fenômeno ainda não ter sido identificada, seu avanço tem levantado preocupações, particularmente em relação aos possíveis impactos nas tecnologias.
A radiação que consegue passar por essa região de proteção enfraquecida pode impactar satélites e sinais de rádio, provocando possíveis interrupções nas comunicações e instabilidades tecnológicas, como problemas na transmissão de dados entre satélites e o Brasil. No entanto, até agora, não há evidências de que esse fenômeno ofereça riscos à saúde humana.
Posicionamento do Brasil
O Dr. André Wiermann, Tecnologista Sênior do Observatório Nacional, destaca que, embora o termo “anomalia” possa parecer preocupante, ele se refere apenas a uma variação na intensidade do campo magnético. Segundo ele, a expansão da AMAS é um fenômeno natural e gradual, monitorado há séculos por organizações internacionais.
Wiermann ressalta que o principal impacto do enfraquecimento do campo magnético nessa área afeta os satélites. Para evitar danos, eles são configurados para entrar em modo de espera (stand-by) ao passar pela AMAS, em um procedimento semelhante ao desligamento de eletrodomésticos durante oscilações de energia elétrica.
De acordo com a NASA, investigar essa anomalia é essencial para aprofundar o entendimento sobre o funcionamento e as variações do campo magnético da Terra. Nesse cenário, o Brasil ocupa uma posição estratégica, já que a região da AMAS fornece informações valiosas para estudos em geomagnetismo.