A história de Heather Candrilli, uma norte-americana de 36 anos, é um exemplo de como sintomas aparentemente banais podem ser ignorados, resultando em um diagnóstico tardio e complicações graves.
Ao longo de anos, Heather enfrentou episódios de inchaço e dores abdominais, mas atribuiu esses sinais a questões relacionadas à alimentação. Em 2024, a triste realidade veio à tona: ela foi diagnosticada com câncer de intestino em estágio 4.
O relato de sua experiência traz à tona questões importantes sobre a saúde da mulher e a necessidade de uma maior conscientização sobre doenças silenciosas, como o câncer colorretal.
Ignorando os sinais
Durante anos, Heather vivenciou sintomas que, inicialmente, pareciam inofensivos. As dores abdominais, o inchaço e as alterações no seu corpo foram interpretadas como consequências de uma alimentação inadequada.
O estilo de vida corrido, especialmente com a responsabilidade de criar uma família, também a afastava da ideia de que esses sintomas poderiam ser indicativos de algo mais grave. Como muitos, ela priorizava as necessidades de sua família e negligenciava os cuidados com sua própria saúde.
Como seu marido, Corey Candrilli, compartilhou nas redes sociais, muitas vezes as mulheres em fase de criação dos filhos acabam se colocando em segundo plano, o que dificulta o reconhecimento de sinais de doenças mais sérias.
Consultas médicas, mas nenhum diagnóstico
Heather, preocupada com os sintomas persistentes, procurou diversos médicos e passou por exames para investigar condições como doenças autoimunes crônicas, como a Doença de Crohn e a Doença Celíaca.
No entanto, ela não realizou exames importantes, como a colonoscopia, que poderia ter revelado o câncer de intestino mais cedo. Como é comum em muitas histórias de câncer, os médicos descartaram a possibilidade de algo grave, considerando os sintomas apenas como parte de condições mais comuns.
Impacto de um diagnóstico tardio
Foi somente quando Heather fez uma ultrassonografia do estômago que algo alarmante foi detectado: uma massa estranha no fígado. Isso levou à realização de uma colonoscopia, que revelou a presença de um tumor agressivo no intestino, já em estágio avançado e com metástases.
A confirmação do câncer de intestino, ou câncer colorretal, em um estágio tão avançado, trouxe uma dura realidade para Heather e sua família. O tratamento, que incluiu uma cirurgia para remoção parcial do cólon, quimioterapia e outras intervenções, é extremamente complexo e desgastante.
Câncer de intestino
O câncer de intestino, que afeta principalmente o cólon e o reto, é uma das formas mais comuns de câncer no mundo. Em seus estágios iniciais, os sintomas nem sempre são evidentes, o que contribui para o diagnóstico tardio. Alguns sinais incluem:
- Sangue nas fezes
- Alterações no hábito intestinal, como diarreia ou prisão de ventre recorrentes
- Dor abdominal ou desconforto
- Perda de peso inexplicável
- Fadiga intensa e sem explicação
É importante ressaltar que, se detectado precocemente, o câncer colorretal é tratável e pode ser curado em muitos casos. A prevenção e o diagnóstico precoce dependem de exames regulares, como a colonoscopia, especialmente para pessoas com histórico familiar da doença ou com mais de 45 anos.
Fatores de risco para o câncer de intestino
Alguns fatores aumentam o risco de desenvolver câncer de intestino, incluindo:
- Idade avançada (a partir dos 50 anos)
- Excesso de peso corporal
- Alimentação pobre em frutas, vegetais e fibras
- Histórico familiar de câncer colorretal
- Doenças inflamatórias do intestino, como retocolite ulcerativa e Doença de Crohn
- Doenças hereditárias, como polipose adenomatosa familiar e câncer colorretal hereditário sem polipose
Estudos também sugerem que hábitos alimentares saudáveis, como o consumo regular de café, podem reduzir o risco de câncer de intestino em até 30%, um dado promissor para a prevenção.
Tratamento de Heather e a luta pela sobrevivência
O diagnóstico tardio de Heather resultou em um tratamento agressivo e dispendioso. Ela passou por uma cirurgia para remoção parcial do cólon, seguiu com 20 sessões de quimioterapia e ainda enfrentará mais intervenções para remoção dos tumores.
Atualmente, ela aguarda um transplante de fígado para continuar sua luta pela vida. O tratamento de câncer é conhecido por ser longo, desgastante e extremamente caro.
No caso de Heather, a família enfrenta a difícil tarefa de arrecadar fundos para cobrir os custos do tratamento, que podem ultrapassar os 500 mil dólares, um valor que não é inteiramente coberto pelo seguro de saúde.
A prevenção, a detecção precoce e a educação sobre o câncer de intestino são fundamentais para salvar vidas e evitar que mais pessoas enfrentem diagnósticos tardios como o de Heather. Que sua luta inspire outras pessoas a não ignorarem os sinais do corpo e a buscarem ajuda médica sempre que necessário.