A Organização das Nações Unidas (ONU) declarou 2025 como o Ano Internacional da Ciência e Tecnologia Quântica, destacando a urgência de aplicar essa tecnologia na resolução de desafios planetários, como o combate às mudanças climáticas.
Com isso, grandes empresas como IBM, Google e Microsoft lideram uma corrida científica para transformar os computadores quânticos em ferramentas viáveis, capazes de processar dados em velocidade e escala muito além da computação clássica.
Computadores quânticos não são apenas mais rápidos: eles operam em outro paradigma. Ao contrário dos bits tradicionais, que assumem valores binários (0 ou 1), os qubits exploram os fenômenos da superposição e do emaranhamento quântico para representar múltiplos estados simultaneamente.
Isso garante poder computacional exponencialmente superior. Com isso, problemas antes insolúveis, como simulações moleculares complexas ou modelagens climáticas em larga escala, tornam-se possíveis.
Avanços da computação quântica no combate às mudanças climáticas
Vale mencionar que, em 2023, o chip Willow, da Google, realizou um cálculo em cinco minutos que levaria mais de 10 septilhões de anos em um supercomputador clássico. Essa conquista evidenciou a chamada “supremacia quântica”, o ponto em que um computador quântico supera qualquer máquina tradicional em determinada tarefa.
É importante mencionar que os benefícios da computação quântica não se limitam à performance. Ela também pode revolucionar a maneira como a humanidade lida com problemas como a emissão de gases de efeito estufa.
Isso porque, com seu potencial de simular sistemas químicos em nível quântico, é possível acelerar a descoberta de novos materiais catalisadores, otimizadores de processos industriais e fontes de energia limpa. Dessa forma, soluções para o sequestro de carbono, fertilizantes menos poluentes e baterias mais eficientes podem ser desenvolvidas em ritmo inédito.
Outro detalhe importante é que, para essa tecnologia prosperar, ainda é necessário vencer obstáculos técnicos. Os qubits são sensíveis ao ambiente e exigem temperaturas próximas ao zero absoluto, o que impõe desafios de engenharia e escalabilidade.
Pesquisadores brasileiros, como os da PUC-Rio, estudam novos materiais magnéticos moleculares que prometem tornar os qubits mais estáveis e funcionais em condições menos extremas.