Rodrigo Bocardi, ex-apresentador do Bom Dia São Paulo, teve seu contrato rescindido pela Globo por justa causa após uma denúncia séria ser investigada pelo Comitê de Auditoria e Compliance e pela Comissão de Ética e Conduta da emissora.
Bocardi foi acusado de exigir pagamentos de empresas de transporte, coleta de lixo e obras públicas para evitar críticas em suas transmissões. Ele refuta as acusações e está se preparando para processar a Globo. A investigação, conduzida pelo portal Notícias da TV, também envolveu um segundo jornalista, cujo nome foi mantido em sigilo devido à falta de evidências.
Alegações sobre Bocardi
O jornalista envolvido, dono de uma agência de relações públicas, trabalha com partidos políticos e empresas que atendem ao governo, sendo especializado em gestão de crises. A denúncia alega que ele intermediava um esquema milionário para proteger empresários de críticas no Bom Dia São Paulo.
Embora apresentador tenha três empresas de comunicação, a Globo sempre tolerou essas atividades externas. Ele nega as acusações de cobrar para omitir informações e se defende afirmando que sempre foi crítico da emissora.
Bocardi também alega que não tinha controle total sobre o conteúdo do programa, trabalhando no improviso, e não descarta que seu nome tenha sido usado sem consentimento. Em um vídeo, ele afirmou estar com a consciência tranquila, ressaltando seus princípios durante os 25 anos na emissora.
O jornalista envolvido nega qualquer relação além de assessor de imprensa e apresentador, acreditando que ambos foram vítimas de uma vingança, sugerindo que a denúncia tenha sido orquestrada por alguém da própria Globo interessado na saída de Bocardi.
Demissão por justa causa
A decisão da emissora gera questionamentos, já que demissões por justa causa são incomuns, principalmente em cargos de destaque. Em casos anteriores, como os de Mauro Naves e Dony de Nuccio, os desligamentos ocorreram sem justa causa, o que garantiu a eles todos os direitos trabalhistas e até despedidas públicas.
Bocardi, por sua parte, perde benefícios como a multa de 40% sobre o FGTS, aviso prévio, além das férias e 13º salário proporcionais, recebendo apenas os valores relativos aos dias trabalhados e às férias vencidas. A Globo, ao ser questionada sobre a decisão, se limitou a afirmar que a demissão foi uma consequência de um processo conduzido pelo setor de compliance.