Nesta semana, os estados do Sudeste, incluindo Espírito Santo, São Paulo e Rio de Janeiro, enfrentaram dias de calor intenso, causado pelo fenômeno do “aquecimento adiabático”. Segundo o Climatempo, esse calor no Sudeste não está ligado à onda de calor que afetou o Sul do Brasil e Mato Grosso do Sul recentemente. As altas temperaturas na região são atribuídas a uma combinação de três fatores principais.
O primeiro fator é a diminuição da cobertura de nuvens e das chuvas, o que permitiu que a radiação solar atingisse a superfície por mais tempo. O segundo fator é a falta de ventos frios provenientes de áreas polares, que geralmente ajudam a reduzir as altas temperaturas. O terceiro e mais significativo fator, especialmente observado na segunda-feira, foi o aquecimento adiabático.
Aquecimento adiabático
Esse fenômeno natural acontece quando o ar desce de áreas elevadas, aquecendo-se aproximadamente 1°C a cada 100 metros de descida. É um processo frequente em regiões como o litoral de São Paulo, especialmente antes da chegada de frentes frias, quando ventos de noroeste se direcionam para a costa.
Na última segunda-feira, ventos predominantes de norte e noroeste ajudaram a aumentar as temperaturas em quase toda a região Sul e Sudeste, devido à formação de uma frente fria ligada a um ciclone extratropical no Sul do Brasil.
Futuro do calor
Eventos de calor extremo, como o que ocorre atualmente, são exacerbados pelas mudanças climáticas, que elevam a frequência e a intensidade de fenômenos meteorológicos. De acordo com o IPCC, o planeta já experimentou um aumento de cerca de 1,1°C desde a era pré-industrial, o que tem intensificado as ondas de calor, principalmente em áreas urbanizadas, como o Sudeste do Brasil.
Em São Paulo, a temperatura média aumentou 2°C nos últimos 50 anos, e as projeções sugerem que, caso não haja uma redução nas emissões de gases de efeito estufa, os verões podem alcançar temperaturas entre 35°C e 40°C até 2050.