Nesta quinta-feira, 10 de abril, a Argentina enfrentou sua terceira greve geral desde o início do governo de Javier Milei. A paralisação, convocada por sindicatos e centrais trabalhistas, foi uma resposta direta às medidas econômicas de austeridade adotadas pela atual gestão.
Com serviços paralisados e manifestações em diversas partes do país, o movimento reforçou a crescente tensão social diante dos cortes promovidos pelo governo.
Medidas de Milei revolta argentinos que decretaram greve geral
Desde as primeiras horas do dia, os efeitos da greve contra as decisões do governo Milei já eram visíveis. Os trens permaneceram estacionados, o metrô de Buenos Aires não funcionou, voos foram cancelados e remarcados, e até os táxis sumiram das ruas.
A paralisação afetou também escolas, bancos e repartições públicas, que operaram com serviços limitados ou sequer abriram. Hospitais funcionaram apenas com equipes mínimas. No porto de Rosário, um dos principais centros de exportação do país, as atividades foram totalmente suspensas.
A insatisfação dos trabalhadores gira em torno de diversos pontos. As críticas concentram-se na onda de demissões no setor público, na suspensão das negociações salariais e na proposta de privatização de empresas estatais, incluindo a Aerolíneas Argentinas.
Além disso, aposentados têm denunciado cortes em seus benefícios e alta no custo de vida. Mesmo com sinais de desaceleração da inflação, a perda de poder de compra persiste, e o sentimento geral é de que os ajustes do governo pesam sobre a população mais vulnerável.
Sindicatos comemoram greve geral contra governo Milei
Lideranças sindicais avaliaram o movimento contra as medidas tomadas pelo governo Milei como um grande êxito.
Héctor Daer, co-secretário da Confederação Geral do Trabalho (CGT), celebrou o que classificou como um “sucesso retumbante”, afirmando que os trabalhadores estão unidos em busca de uma nova agenda econômica, mais justa e inclusiva.
Já Rodolfo Aguiar, do sindicato ATE Nacional, ironizou a política de cortes de Milei ao dizer que, após a mobilização, o governo terá de “desligar a motosserra”, em referência ao símbolo adotado pelo presidente para ilustrar seu programa de redução de gastos públicos.
Enquanto os organizadores comemoravam a adesão, o governo tentou demonstrar normalidade. Em Buenos Aires, o presidente liderou uma reunião ministerial na Casa Rosada acompanhado de seus assessores mais próximos.
Ainda assim, relatórios oficiais estimam que os prejuízos econômicos da greve tenham ultrapassado os US$ 1 bilhão, evidenciando o impacto da insatisfação popular, enquanto as medidas tomadas por Milei desde sua posse colocaram milhões de argentinos na faixa da pobreza.