A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou nesta semana a proibição da fabricação, comercialização e distribuição de três marcas de bebida que simulam o café tradicional, mas são feitas com matéria-prima inadequada para o consumo humano.
Os produtos, classificados como “café fake”, imitam visualmente o café torrado e moído nas gôndolas dos supermercados, embora não contenham, necessariamente, o grão de café em sua composição.
A falta de clareza nos rótulos e o uso de ingredientes inferiores foram determinantes para a ação regulatória.
Matéria-prima desses cafés é imprópria para consumo
As marcas atingidas pela medida são Melissa, Pingo Preto e Oficial.
A Anvisa determinou o recolhimento imediato de todos os lotes disponíveis no mercado após análises laboratoriais apontarem a presença da toxina ocratoxina A, substância produzida por fungos que pode afetar severamente os rins.
Segundo alerta da Organização Mundial da Saúde (OMS), a toxina também está associada a inflamações crônicas, distúrbios renais e possíveis efeitos no desenvolvimento fetal.
A decisão da Anvisa acompanha uma classificação anterior do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), que já havia considerado os produtos impróprios para o consumo por conterem resíduos e materiais não permitidos.
Segundo o MAPA, os produtos investigados apresentaram níveis elevados de impurezas e matérias estranhas. Foram identificados fragmentos como pedras, galhos, folhas, cascas e até sementes de outras espécies vegetais, muitas vezes provenientes de plantas invasoras.
Além disso, há indícios de que algumas dessas bebidas utilizam ingredientes como cevada e milho, sem a devida informação clara ao consumidor.
Embalagens imitavam cafés já conhecidos dos consumidores
O maior problema está na rotulagem enganosa. Muitas embalagens imitam as cores, fontes e até nomes de marcas tradicionais de café, incluindo imagens de xícaras fumegantes e grãos de café, o que reforça a falsa impressão de que se trata de um produto genuíno.
Entretanto, expressões como “pó para preparo de bebida sabor café” aparecem discretamente, em letras pequenas, dificultando a identificação correta do produto por parte dos consumidores.
Para evitar ser enganado, o consumidor deve observar com atenção a descrição do produto e desconfiar de preços significativamente mais baixos do que os praticados por marcas conhecidas.
Em caso de dúvida, é possível acionar os órgãos de defesa do consumidor e denunciar a comercialização irregular. A Anvisa e o MAPA recomendam a suspensão imediata do consumo dos produtos proibidos.